Para a frustração de milhões de bolsominions, já está muito claro a que veio o governo do desqualificado capitão Bolsonaro. Arminha para cá, nova política para lá, ameaça de infiltração comunista, combate à corrupção. Tudo balela! Só enganação. O que esse governo traduz até agora é um projeto entreguista — provavelmente elaborado lá fora ­—, que abre mão da soberania, abdica do futuro e se curva diante de interesses externos tão imediatistas quanto obscuros. No século XVI, entregamos pau-brasil em troca de miçangas e espelhinhos. Agora, sob a promessa de pequenas fortunas em forma de investimentos, entregamos a Petrobras, o petróleo, o pré-sal, a energia, a Amazônia, regiões estratégicas de nosso território. Tudo isso em auditórios internacionais, nos quais o presidente que veio do porão só nos faz passar vergonha. E, ainda pior, o falastrão faz questão de desvalorizar o que está entregando. Ou seja, não leu sequer um manual de vendedor de carro usado. É o que se assiste no atual embate sobre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

O Inpe é uma ilha de excelência tecnológica que funciona não só como potente instrumento de combate ao desmatamento na Amazônia, como ferramenta à agricultura e também na vigilância dessa riqueza natural que só nos temos. Censurar esse trabalho ou até mesmo questionar sua eficiência mundialmente reconhecida é apenas um passo para liquidá-lo e depois entregar essa missão para grupos internacionais. Simples assim. E é por essas e outras que estou decepcionado com os militares brasileiros. Com a falta de posicionamento, com a covardia. Não que advogue por um golpe ou coisa assim. Pelo contrário. Nasci e cresci em uma casa onde havia resistência à ditadura militar. Não que houvesse militância em algum grupo, mas não se aceitava a tortura e censura. A democracia era um valor absoluto. Aprendi, contudo, que os militares de verdade, aqueles bem preparados e comprometidos com a Nação, defendiam um País soberano, com respeito às suas riquezas e ao seu território. Eles sabiam qual o papel deles nesse processo. Como podem ficar calados diante do que vem protagonizando o capitão?

Ainda essa semana, Bolsonaro falou em hierarquia e disciplina. Piada, né? Justo ele, que humilha generais do governo e permite que seus filhos e outros, ainda menos qualificados, também o façam. Já está na hora do capitão ser enquadrado, pelas vias democráticas. Enquanto isso, o Congresso que nos proteja.

Enquanto o presidente falastrão abre mão de nossa soberania, os generais se calam


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