ROMA, 23 DEZ (ANSA) – Cada vez menos pessoas na Itália desejam ter filhos, escolha ditada, em pelo menos um terço dos casos, por razões econômicas.
Esse panorama emerge do último relatório do Instituto Nacional de Estatística (Istat) sobre as intenções de natalidade em um país ameaçado pelo declínio demográfico.
Entre a população em idade fértil (18-49 anos), mais de 10,5 milhões de pessoas não pretendem ter filhos ao longo da vida, e apenas 21,2% dos cidadãos nessa faixa etária pretendem ser pais ou mães nos próximos três anos, uma queda de quase quatro pontos percentuais desde 2003 (25%).
Essa porcentagem chega a quase 90% entre os jovens de 18 a 24 anos, embora a grande maioria desse público (81,8%) expresse o desejo de ter um filho no futuro.
Os homens jovens são os mais propensos a isso, com 87,2% (44,7% afirmando ter certeza), enquanto o número cai para 75,5% entre as mulheres entre 18 e 24 anos.
Um terço dos adultos em idade fértil cita razões econômicas para sua decisão de não querer filhos, 9,4% alegam condições de trabalho inadequadas, e 8,6% apontam a falta de um parceiro.
Entre as mulheres, metade acredita que ter um filho piorará suas perspectivas de emprego, enquanto mais da metade dos homens (59%) afirma que ser pai não tem impacto negativo ou positivo na carreira.
Há várias décadas, a Itália passa por uma significativa transformação demográfica marcada por um declínio constante na taxa de natalidade, destaca o relatório. Cada vez mais, os jovens optam por adiar ou abandonar a ideia de formar uma família com filhos, em meio à incerteza econômica, à insegurança no emprego e às mudanças nos estilos de vida.
De acordo com o Istat, os nascimentos estão em queda desde 2008, quando 576 mil bebês vieram ao mundo na Itália, e uma projeção recente do instituto apontou que o país pode perder 11,5 milhões de habitantes até 2070, o que significaria uma redução populacional de 20% em menos de meio século. (ANSA).