ACERTO No acordo pela neutralidade do PSB, acertou-se que Marília Arraes disputará prefeitura de Recife (Crédito: Avener Prado/Folhapress)

Depois do acerto com o PT para se manter neutro nas eleições presidenciais, o PSB vai administrando seus cacos nos estados. Em Pernambuco, ficou acertado que o partido vai apoiar a candidatura da petista Marília Arraes para a prefeitura de Recife em 2020, em troca do apoio agora à reeleição do governador Paulo Câmara. O caso de Pernambuco, principal base do PSB por causa da força de Miguel Arraes e de Eduardo Campos, foi o fator preponderante para a decisão de neutralidade em favor
do PT. Na Paraíba, também parece tranquila a situação, com a chapa que conta com o ex-secretário de Infraestrutura João Azevedo, do PSB, como candidato a governador, e com o deputado Luiz Couto (PT) numa das vagas para o Senado.

Rolo em MG
O rolo maior está em Minas Gerais. Na convenção, a discussão da neutralidade quase terminou em agressão física. O deputado Júlio Delgado levou para a Justiça Eleitoral a candidatura de Márcio Lacerda, do PSB. Na posse de Rosa Weber na Presidência do TSE na terça-feira 14, ele dizia que a intervenção do PT sacramenta a vitória do tucano Antônio Anastasia.

Neutralidade
Na contabilidade final, a neutralidade poderá não ser uma grande vantagem para o PSB. As estimativas mais realistas são de que o partido eleja entre 25 e 28 deputados. Hoje, a bancada é de 26, dos 34 inicialmente eleitos. A expectativa maior é em São Paulo, com a eleição de uma bancada puxada pelos votos dados no governador Márcio França. Estima-se a eleição de oito deputados paulistas.

Frente fria

Andressa Anholete

O ministro Ricardo Lewandowski é um dos que mais comemoram o fim nos próximos dias do mandato de Cármen Lúcia na presidência do STF. Ele reclama que, nos dois anos de Cármen Lúcia, ela não botou em votação nenhum processo relatado por ele. Assim Lewandowski tem chamado o iminente fim da era Cármen, nas conversas com seus assessores e com os ministros mais ligados a ele: “Vai acabar a frente fria”.

Rápidas

* O Distrito Federal deverá ter uma das mais disputadas eleições entre as 27 unidades da Federação. Há pelo menos cinco candidatos com chances de chegar ao segundo turno, incluindo o governador Rodrigo Rollemberg, do PSB.

* As pesquisas internas dos partidos mostram todos oscilando entre 8% e 15%. Depois da desistência de Jofran Frejat, do PR, que liderava as pesquisas, Rollemberg tem cerca de 10%. Seu maior problema é a grande rejeição.

* Também estão na mesma faixa entre 8% e 10% Eliana Pedrosa (Pros), Rogério Rosso (PSD) e Alberto Fraga (DEM). Não dá para descartar sequer o general do Exército Paulo Chagas (PRP), que aparece nas pesquisas em torno de 3%.

* O cálculo dos partidos é que um candidato no DF irá para o segundo turno com cerca de 300 mil votos. Em 2014, numa disputa mais polarizada, os dois nomes para o segundo turno tiveram cerca de 400 mil votos. Em 2014, Rollemberg derrotou Frejat com 55,56%.

Retrato falado

“O resultado da eleição tem que ser respeitado. Qualquer que seja ele” (Crédito:Richard Silva)

Embora do PCdoB, partido de Manuela D’Ávila, parte da complicada tríade de candidatos criada pelo PT para tentar levar o máximo possível a candidatura de Lula, o deputado Orlando Silva considera que as eleições devem ser vistas como um momento de trégua, a partir do qual o país vire a página da disputa política radical e da crise em que afundou. “Sou um otimista. Acho que o país vai se recuperar a partir de outubro. O brasileiro não suporta mais a continuação dessa situação”, disse ele a ISTOÉ.

Falta de tempo

Os candidatos à presidência da República têm se queixado que a redução do tempo de campanha, que terá somente pouco mais de um mês, comprometerá a possibilidade de andanças pelo país. As agendas serão intensas e superlotadas, e terão que priorizar apenas os colégios eleitorais mais fortes, de preferência aqueles em que os candidatos detêm palanques fortes. Ciro Gomes, por exemplo, deve fixar suas andanças no Nordeste. Já Jair Bolsonaro (PSL) pretende intensificar sua campanha na região sul e sudeste. Mesmo caso de Geraldo Alckmin, do PSDB. A falta de dinheiro é outro problema. Marina Silva, da Rede, viaja em aviões de carreira.

Toma lá dá cá

 

Afif Domingos, presidente do Sebrae

A União de Entidades do Comércio e Serviço (Unecs), que faz parte do Sebrae, que o senhor preside, realizou esta semana debates com os presidenciáveis. Qual será o grande desafio do próximo presidente?
O problema brasileiro atual não é econômico, é político. A forma como você vai reunir forças políticas para fazer as alterações necessárias.

O próximo Congresso deve ser o mais fragmentado da história. O próximo presidente conseguirá atingir essa meta?
Se ele souber o que fazer logo de saída, ele é um condutor. Se não souber, será conduzido.

O senhor chegou a ser pré-candidato à presidência da República. Por que desistiu?
Eu simplesmente me alistei e fui dispensado por excesso de contingente (risos).

Agenda dos vices

Com essa agenda apertada, caberá aos vices fazer eventos em cidades menores. O vice de Bolsonaro, Hamilton Mourão (PRTB), será escalado para fazer as viagens à região Norte. Ele é natural do Amazonas. Kátia Abreu, vice de Ciro, percorrerá o Centro-Oeste. A gaúcha Ana Amélia, de Alckmin, o Sul.

Crise no Maranhão

A decisão da juíza eleitoral de Coroatá (MA), Anelise Nogueira Reginato, de determinar a inelegibilidade do governador do Maranhão, Flavio Dino (PC do B), gerou uma crise no Judiciário local. A juíza começou a ser ameaçada nas redes sociais. Chegou a pedir que a Associação dos Magistrados Maranhenses (AMMA) se manifestasse em favor dela.

Adriano Machado

Parou no CNJ

Apesar do pedido da juíza, a entidade maranhense não se manifestou. Anelise, então, pediu desfiliação da associação. O caso ganhou repercussão e acabou indo parar no Conselho Nacional de Justiça. É a primeira vez que Flávio Dino, que foi juiz federal e tem um irmão no Ministério Público, indispôs-se dessa forma com uma colega de profissão.

Alvaro e a Previdência

Ana Volpe/Senado Federal

O candidato à Presidência da República, Alvaro Dias (Podemos), tem se comprometido a engavetar, de vez, a proposta de reforma da Previdência iniciada pelo presidente Michel Temer (MDB). Com isso, tem obtido alguns apoios regionais. Como o deputado Rogério Rosso, candidato ao governo do DF pelo PSD.