Um cachorro chamado Bobby passou a viver no cemitério municipal de General Roca, em Rio Negro, na Argentina, para ficar ao lado do seu antigo tutor, que já faleceu. O pet está no local há três anos, desde quando o dono morreu.

“Seu dono morreu há três anos e, desde então, [o cão] nunca mais deixou o cemitério. Ele ficou porque seu mestre está enterrado aqui”, contou Daniel Cisterna, coveiro do cemitério, ao jornal Río Negro.

Trabalhando no cemitério há 16 anos, Daniel revelou que quando chega ao trabalho, às 13 horas, o cachorro ouve sua motocicleta e passa a acompanhá-lo durante todo o dia, até a hora de ir embora. “Quando saio ele me acompanha até a floricultura e dá a volta”, relatou.

Segundo Cisterna, durante os enterros fúnebres, que costumam durar 45 minutos, Bobby se deita ao lado da família e fica imóvel, observando o ritual. “Ele parece entender a dor deles”, disse.

O cãozinho chegou ao cemitério seguindo o carro funerário que levava o tutor e, desde então, nunca mais foi embora. De acordo com Daniel, os familiares do antigo dono de Bobby tentaram levar o cachorro de volta, mas não deu certo. “O cãozinho ainda estava em cima do túmulo de seu dono, ele não queria sair. Eles o carregaram em uma van, mas ele saiu e voltou para o túmulo de seu mestre. Ele não quer partir, ele quer ficar com ele”, afirmou.

Além de Daniel, o pet também recebe os cuidados de Adriana Carrasco, uma professora municipal que deixa comida para o cão todas as semanas, além de levá-lo ao veterinário quando necessário. “Quando conhecemos Bobby, fomos imediatamente castrá-lo para que não acontecesse o mesmo que com outros cães que fugiram para lutar”, comentou.

Muitas pessoas questionam porque ninguém se interessou em adotar o animal, mas Adriana e Daniel afirmam que Bobby está lá porque escolheu ficar ali. “Aqui ele está em casa, não há falta de amor, comida ou cuidados veterinários. Ele está bem aqui”, garantem.

Adriana também falou sobre a lealdade de Bobby com o antigo tutor. “É uma demonstração de como os cães são fiéis a seus donos. Pensar que há muitas pessoas que os abandonam, mas eles não nos abandonam. O amor que eles têm é incondicional e eles nunca esquecem”, concluiu Carrasco.