O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) admitiu que pediu ajuda financeira pessoal a Flávio Werneck, dono da FW Engenharia. A empresa é apontada pelo Ministério Público Federal (MPF) de dar aparência lícita ao pagamento de R$ 1,7 milhão em propina ao esquema de Cabral. Entre 2007 e 2014, o volume de contratos da empresa com o governo aumentou 37 vezes e incluiu obras expressivas, como a urbanização do Complexo de Manguinhos.

Segundo Cabral, a ajuda financeira dada pelo empresário somou pelo menos R$ 5 milhões, em reformas de imóveis de sua ex-mulher, Susana Neves e de seu operador financeiro, Carlos Miranda. Questionado pelo juiz Marcelo Bretas, nesta segunda-feira, 18, se não era estranho um amigo lhe repassar tão alta quantia, ele disse que “abriu mão” de ajuda na campanha eleitoral para o repasse pessoal.

“Ele era um amigo de infância, eu confundi um apoio que poderia ter sido em forma de campanha a isso”, disse. “Ele poderia me ajudar em campanhas eleitorais, mas e abri mão por essa ajuda para mim”, acrescentou.

Cabral disse também que Werneck, que admitiu nesta segunda-feira ter repassado 5% de propina a obras feitas no Estado para o ex-governador, “tenta adaptar seu discurso ao da acusação”. “Mesmo que o seu advogado tenha orientado a falar dos 5% solicitados, imagino a vergonha dele ao voltar para casa. É uma criatividade. Eu não olhei no olho dele para falar de propina, mas ajuda eu pedi, em torno de R$ 5 milhões”, disse.

A reportagem não conseguiu ouvir Werneck.

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