Antes aliados, Rogério Caboclo e Marco Polo Del Nero agora tem mais um impasse para resolver. O presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) acusou seu antecessor no cardo de ter oferecido uma proposta de acordo para evitar que uma funcionária da entidade denunciasse Caboclo por assédio moral e sexual.

O valor pedido pelo ex-padrinho político de Caboclo seria de R$ 12 milhões. Del Nero, apesar de banido pela Fifa, ainda tinha grande participação nas decisões da CBF conforme apuração da ESPN.

O presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, acusou Marco Polo Del Nero, seu antecessor e ex-padrinho político, de ter feito uma proposta de acordo no valor de R$ 12 milhões para evitar que uma funcionária da CBF apresentasse uma denúncia de assédio sexual e moral contra Caboclo.

“O desditoso Rogério Caboclo é perverso, além de seu falar temulento e andar trôpego, e por esse ego inflado, mentiroso empedernido, viaja em alucinações, achando que pode esconder seus assédios, alavancando acusações desconexas e inverídicas a outros. Aconselho-o cuidar de si e das vítimas”, disse Del Nero ao ge.

Ainda de acordo com o ge, a defesa da funcionária ressalta que ela não pediu dinheiro algum. O que houve foi uma oferta por parte de Caboclo, a qual foi negada pela funcionária.

Apesar da negativa por parte Marco Polo, Caboclo mostrou até um bilhete que supostamente teria sido escrito por Del Nero com valores no total de R$ 12 milhões.

Até o momento a CBF não se pronunciou. Confira na íntegra a nota distribuída por Caboclo:

O presidente da CBF, Rogério Caboclo, revela mais uma prova contundente de que Marco Polo Del Nero, ex-presidente da confederação banido do futebol, foi quem trouxe a proposta de R$ 12 milhões para evitar que uma funcionária protocolasse uma acusação no Conselho de Ética da entidade e a tornasse pública. Trata-se de uma anotação feita à mão por Del Nero apontando o valor de R$ 12,409 milhões, quantia que deveria ser paga pela CBF como uma indenização à funcionária em troca da não apresentação da acusação. Logo à frente do número 12.409 foi escrito: “corresp [correspondente] 20 anos de salário, transferindo ao valor presente a uma taxa [de correção] de 2,75 [%] anual”.

A negociação proposta por Del Nero e por seus aliados exigia inicialmente R$ 12 milhões, correspondentes ao pagamento dos vencimentos mensais até a ocasião da aposentadoria da funcionária, mediante sua imediata demissão para que essa acusação não fosse apresentada à Comissão de Ética e tornada pública.

Este documento é a prova cabal de que as acusações contra Rogério Caboclo fazem parte de um golpe orquestrado por Marco Polo Del Nero para plantar aliados no comando da CBF e, assim, voltar a dar as cartas na entidade. Neste momento, os comandados por Del Nero que ainda pertencem aos quadros da CBF preparam mudanças ilegais no estatuto da entidade para tentar impedir Rogério Caboclo de voltar ao cargo.

Em reunião marcada para sexta-feira (2/7/2021), eles ainda pretendem incluir no estatuto uma regra que permita a ampliação do prazo do afastamento do presidente da CBF para, assim, atender seus interesses particulares e momentâneos. Trata-se de um passado que não queremos de volta, marcado por múltiplos escândalos de corrupção e vários processos criminais.

As mudanças estatutárias que estão sendo orquestradas pelos meus adversários são ilegais, conforme parecer do jurista Fábio Ulhoa Coelho, professor titular de direito da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo.