São Paulo, 21 – A norte-americana Bunge registrou prejuízo líquido de US$ 65 milhões (US$ 0,51 por ação) no quarto trimestre de 2018, ante também prejuízo de US$ 60 milhões (US$ 0,48 por ação), em igual período do ano anterior, reportou a empresa nesta quinta-feira, 21. Com o resultado, a companhia ampliou em 8,3% o prejuízo líquido no intervalo avaliado. Já o lucro líquido ajustado foi de US$ 0,08 por ação, recuo de 88% em comparação ao obtido no quarto trimestre de 2017, de US$ 0,67 por ação. Analistas consultados pela Refinitiv esperavam lucro líquido e lucro líquido ajustado de US$ 0,20 centavos por ação. Após a divulgação dos resultados, as ações da companhia caíam 3,70% no pré-mercado (às 9h45, horário de Brasília).

A receita recuou 0,53% no comparativo anual, de US$ 11,60 bilhões para US$ 11,54 bilhões, abaixo do previsto por analistas de US$ 11,75 bilhões. O lucro antes de juros e impostos (Ebit) apresentou incremento de 27% no intervalo avaliado, a US$ 70 milhões, ante US$ 55 milhões em igual período do ano anterior.

Apesar do desempenho negativo no último trimestre do ano passado, a Bunge encerrou 2018 com lucro líquido de US$ 267 milhões (US$ 1,57 por ação), alta de 66,8% em relação ao obtido no acumulado de 2017. A receita ficou praticamente estável, com variação negativa de 0,11%, a US$ 45,74 bilhões, e o Ebit avançou 69% para US$ 737 milhões, no comparativo anual, abaixo do esperado pela companhia de US$ 1,045 bilhão para o acumulado de 2018.

O segmento de agronegócio foi responsável pelo montante de US$ 8,114 bilhões em vendas líquidas, no quarto trimestre, alta de 2,65%, e representou US$ 32,20 bilhões no faturamento acumulado nos ano, 1,46% maior que o de um ano antes. No quarto trimestre do ano passado, o segmento registrou prejuízo líquido de US$ 20 milhões, ante também prejuízo de US$ 42 milhões em igual trimestre do ano anterior. O Ebit ajustado do setor saiu de US$ 78 milhões no quarto trimestre de 2017 para US$ 55 milhões em igual intervalo de 2018.

Segundo a companhia, o segmento de agronegócio foi afetado pelo declínio no valor da propriedade de soja brasileira, em virtude da redução necessária de preços para convergir com os preços da oleaginosa norte-americana e refletindo também os impactos do recuo na demanda da China.

“A perda aproximada de US$ 125 milhões associada a essa redução nos preços impactou os resultados tanto no comércio e distribuição como na originação de grãos”, destacou a companhia, em comunicado.

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A Bunge disse ainda que o volume total de esmagamento de soja foi semelhante ao do ano anterior. Em Grãos, os resultados da originação caíram devido a margens e volumes estruturais mais baixos, refletindo a diminuição da demanda chinesa por soja.

A partir deste ano, a companhia mudará sua abordagem de orientação, fornecendo estimativa de Ebit somente para a empresa e não mais por segmento como publicava anteriormente. A Bunge informou apenas que espera que os resultados no setor de agronegócios sejam inferiores ao ano de 2018, com margens mais apertadas no esmagamento de soja. Na divisão de açúcar e bioenergia, a empresa considera desempenho estável no acumulado de 2019, levando em conta condições climáticas favoráveis. Já para o segmento de fertilizantes, a companhia prevê piora nos resultados em comparação com 2018.


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