O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, afirmou nesta sexta-feira (6) que o governo de Donald Trump lhe pediu a devolução de “um membro de gangue”, ao se referir ao retorno aos Estados Unidos do salvadorenho Kilmar Ábrego García, deportado por engano e preso em seu país por quase três meses.
“Trabalhamos com a administração Trump, e se solicitam o retorno de um integrante de gangue para que enfrente acusações, é claro que não nos negaríamos”, afirmou Bukele em sua conta no X.
Ao chegar aos Estados Unidos, Ábrego García, cuja expulsão por “erro” gerou um impasse entre o governo americano e o poder judiciário, foi detido por tráfico de pessoas, informou a procuradora-geral Pam Bondi em entrevista coletiva em Washington.
Bukele garantiu que, como disse no Salão Oval, quando foi recebido por Trump em abril passado, “nunca contrabandearia um terrorista para os Estados Unidos e jamais liberaria um integrante de gangue nas ruas de El Salvador”.
Ábrego García, de 29 anos, foi enviado no dia 15 de março junto com cerca de 238 venezuelanos e uma vintena de salvadorenhos acusados de pertencerem a quadrilhas criminosas.
Segundo Trump, o salvadorenho era membro da Mara Salvatrucha (MS-13), o que sua família e advogados negam, e pelo qual ele nunca foi condenado.
“Não terá mais margaritas sob custódia”, ironizou Bukele, ao relembrar a polêmica criada quando o governo permitiu ao congressista democrata Chris Van Hollen se reunir com Ábrego García em um restaurante de hotel.
Algumas fotos divulgadas por Bukele no X mostravam taças – coquetéis de margarita, segundo o presidente -, mas o congressista afirmou que elas foram colocadas na imagem por colaboradores do governo salvadorenho.
Desde então, Ábrego García foi transferido da megaprisão de segurança máxima para integrantes de gangues para o presídio de Santa Ana, a 70 km de San Salvador, em condições melhores.
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