O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou nesta quinta-feira (27) que mais de 300 funcionários do Ministério da Cultura serão demitidos por promoverem agendas incompatíveis com a visão de seu governo.

“Promovem agendas que não são compatíveis com a visão deste governo. Além disso, economizaremos recursos públicos no processo”, escreveu Bukele na rede social X.

“O povo escolheu um caminho e vamos seguir esse caminho. Remédio amargo”, acrescentou o presidente salvadorenho em sua mensagem.

No dia 1º de junho, ao assumir mais cinco anos de governo, Bukele pediu aos salvadorenhos que tomassem sem reclamar o “remédio amargo” que disse que prescreveria em seu segundo mandato para melhorar, entre outras coisas, a economia, depois de encurralar as gangues.

Apesar de Bukele não ter especificado a que se refere com “agendas não compatíveis” com o governo, seus seguidores nas redes sociais celebraram o anúncio interpretando-o como parte de um fechamento de espaços à abordagem de gênero.

Há dez dias, o Ministério da Cultura informou sobre um “incidente” que ocorreu depois que o Teatro Nacional de San Salvador alugou sua grande sala para uma companhia de artistas que montaram a peça de teatro drag “Imoral”.

O projeto LGBTQIAN+ Inari apresentou a obra em 15 de junho, mas a apresentação do dia seguinte foi cancelada, segundo o Ministério da Cultura, porque apresentou “conteúdo não apto para as famílias salvadorenhas”.

Em fevereiro, o Ministério da Educação anunciou que havia retirado “todo vestígio” da perspectiva de gênero dos programas escolares, decisão que foi criticada por organizações de direitos humanos, mas aplaudida por grupos conservadores.

Essa decisão foi anunciada dias depois de Bukele, que tinha acabada de ser reeleito com uma maioria esmagadora de 85% dos votos, participar de um encontro conservador nos Estados Unidos.

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