O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, alertou nesta quinta-feira (22) para o risco de uma “forte reação” dos mercados após as eleições na Itália, pedindo para os países se prepararem para “o pior cenário”.

A primeira semana de março “será muito importante na União Europeia”, com as eleições italianas e a consulta interna dos social-democratas na Alemanha sobre o acordo de coalizão com a atual chanceler Angela Merkel, disse Juncker em coletiva de imprensa em Bruxelas.

O ex-primeiro-ministro luxemburguês se mostrou “mais preocupado” com o pleito na terceira maior economia da zona do euro, que com a consulta alemã. “Devemos nos preparar para o pior cenário”, que “poderia ser não contar com um governo operacional na Itália”, acrescentou.

“Se combinarmos todas essas incertezas”, entre elas os governos de minorias existentes no bloco, como a Espanha, “poderíamos ter uma reação forte dos mercados financeiras na segunda semana de março”, alertou Juncker, que disse para se prepararem para isso.

A Itália terá três grandes forças políticas disputando as eleições legislativas de 4 de março. As pesquisas dão vantagem à coalizão de direita liderada por Silvio Berlusconi, mas nenhuma delas teria maioria para constituir um governo.

As capitais europeias temem a ascensão da extrema direita e das forças anti-europeias no país, após o crescimento da ultra direita nas eleições de 2017 na França, da Alemanha, ou na Áustria, e o referendo do Brexit em 2016.

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Após as declarações de Juncker, o índice FTSE Mib da bolsa de Milão caiu 1,27%, por volta de 12H50 de Brasília, mas conseguiu controlar a queda para -0,84% ao fim da sessão.


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