O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, virou alvo de inquérito do Superior Tribunal de Justiça (STJD), nesta quarta-feira, após requerimento feito por Luís Otávio Veríssimo Teixeira, presidente da órgão. O objetivo é apurar a suspeita de que o jogador flamenguista, que nega envolvimento no caso, teria manipulado resultados em esquema de apostas.
Dados apurados pela Coordenação de Repressão à Corrupção da Polícia Federal foram compartilhadas com o tribunal desportivo, que designou o vice-presidente Maxwell Borges de Moura Vieira para ser o auditor processante do caso.
“Considerando o conteúdo compartilhado em 5 de maio de 2025 e com fulcro nas atribuições conferidas pelo art. 81 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), determino de ofício a instauração de inquérito para apurar possível infração disciplinar cometida pelo atleta Bruno Henrique Pinto, do Clube de Regatas do Flamengo (CRF), relacionada a suspeita de manipulação de resultados”, diz o despacho do presidente do STJD.
O lance que tornou o jogador suspeito aconteceu em uma partida do Brasileirão de 2023, contra o Santos, em que ele recebeu cartão amarelo aos 50 minutos do segundo tempo. Como resultado do suposto esquema, parentes do atacante rubro-negro teriam conseguido realizar apostas com alta margem de retorno financeiro.
O irmão de Bruno Henrique, Wander, apostou R$ 380,86 e recebeu R$ 1.180,67. Sua esposa, cunhada do jogador, teria apostado em duas plataformas distintas. De valor inicial, a mulher apostou R$ 380,86 e R$ 500,00, e recebido, respectivamente, R$ 1.180,67 e R$ 1.425,00 de retorno. A prima do atleta também apostou R$ 380,86 e recebeu de volta a mesma quantia.
A PF analisou 3.989 conversas no WhatsApp do flamenguista. Muitas delas estavam apagadas, o que indica, para a PF, que o jogador deletou parte dos registros. No celular do irmão do jogador, que também foi apreendido, foram flagrados diálogos que mostram o envolvimento de Bruno Henrique. Além dos dois, a PF indiciou Ludymilla Araujo Lima (cunhada) e Poliana Ester Nunes Cardoso (prima) pelo caso.
A defesa nega o envolvimento do jogador, critica a divulgação de mensagens e diz que ele defende “mais restrições” a apostas esportivas.
“O atleta Bruno Henrique é conhecido e respeitado por sua simplicidade e comprometimento com o esporte. Nunca esteve envolvido em esquemas de apostas. Pelo contrário, acredita que o negócio de apostas deveria sofrer cada vez mais restrições pelas autoridades”, diz um trecho do texto.