A influenciadora Bruna Biancardi, que está na reta final da gravidez de Mel, sua segunda filha com Neymar, comentou sobre a possibilidade de a filha nascer com necessidade de uma frenectomia, um procedimento cirúrgico simples que consiste na remoção ou correção de um frênulo — uma pequena dobra de tecido que conecta e limita o movimento de certas partes da boca.
Mavie teve a condição
Em abril do ano passado, aos seis meses de vida, Mavie, primeira filha do casal, precisou ser submetida a uma pequena intervenção cirúrgica. Na ocasião, Bruna contou em suas redes sociais que a filha passou por uma cirurgia no freio da língua e tranquilizou os fãs ao dizer que foi um procedimento normal, já que muitas crianças passam pelo mesmo tipo de intervenção.
“Estou vendo que saiu em alguns lugares o procedimento que a Mavie fez no freio da língua. Uma coisa normal, vários bebês fazem isso, inclusive na hora que nascem. Quando nascem, depois de umas horinhas, veem que têm o freio da língua, a linguinha presa, e já fazem”, explicou a influenciadora.
Em recente entrevista ao podcast MaterniDelas, Bruna Biancardi falou sobre a possibilidade de Mel ter a mesma condição de Mavie:
“Quando a Mavie nasceu, ela não pegava o peito. Tinha dias em que eram meia hora de choro até ela conseguir mamar. Ela estava com fome, queria, mas não conseguia pegar. Eu colocava o dedinho, tirava, tentava de outras formas. Quando ela conseguia pegar, era uma operação: uma amiga fazia massagem no peito antes, outra segurava o peito na posição certa, outra segurava as mãozinhas da Mavie porque ela ficava muito agitada. E aí, alguém ajudava a colocar a boquinha dela.
Quando ela finalmente pegava, a gente dizia: ‘Pegou!’ e todo mundo parava, ninguém se mexia! Era tipo: ‘Meu Deus do céu, não se mexe, não respira!’ Chega a me deixar tensa só de lembrar. Era horrível. E demorou, viu? Uns 15, 20 dias até ela começar a pegar melhor o peito.
Ela perdeu peso? Perdeu um pouco, mas logo recuperou. Quando conseguia mamar, mamava bem. Mas até conseguir… era todo dia a mesma coisa: ‘Ai, meu Deus, agora meia hora pra ela conseguir pegar’. Eu já suava de ansiedade.
Depois fui procurar outra opinião, sim. Fui a outra fonoaudióloga, e ela confirmou: ‘Sim, tem que fazer a frenectomia’. Troquei de pediatra na época, e ela também me orientou a fazer o procedimento. Mas isso só foi feito com três meses. Ou seja, ela sofreu bastante no começo. A região aqui debaixo da boca dela estava toda tensionada. Quando a fono fazia os exercícios, a Mavie chorava… e era algo que eu não sabia. Ninguém me falou nada disso nos cursos, ninguém viu.
Poderia ter sido feito com laser logo na maternidade, super rápido. Teria sido muito melhor. Mas, com três meses, o bebê já tem mais consciência, já sente mais, é outro trauma. Foi bem difícil. Tive que levá-la ao dentista, segurá-la naquela cadeirinha, daquele jeito horrível, e fazer o procedimento a laser. Foi horrível. Mas, graças a Deus, depois disso, foi outra amamentação. E a recuperação dela? Tranquila, bem tranquila.
Depois que passei na fono, esperei a Mavie se recuperar e então comecei a falar sobre isso. Porque, mesmo depois do procedimento, ainda teve exercício para ela reaprender a colocar a língua no lugar certo, fazer o movimento correto. Até na introdução alimentar isso impactou, como a mastigação, por exemplo. Demorou meses até ela conseguir fazer tudo certinho. Mas agora, se a Mel tiver esse problema, eu já sei. Na maternidade, ela já vai fazer. Essa experiência ensinou muito”, disse Bruna Biancardi.
Frenectomia
Na época, a reportagem de IstoÉ Gente conversou com o Dr. Fernão Bevilacqua, otorrinolaringologista do Hospital Albert Sabin de São Paulo (HAS) e membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, que explica o caso de Mavie. Confira!
“Algumas crianças podem nascer com uma condição que é um aumento do tecido desse ligamento que segura a língua no assoalho da boca, que a gente chama de anquiloglossia. É uma condição de você prender a língua no assoalho da boca. A língua é essencial para que leve o alimento para cima e para trás, podendo direcionar o alimento para a região do esôfago e também para a fala. Então, a gente usa o movimento de ponta de língua e dorso de língua para cima e para trás e para os lados, para que a gente possa falar, algumas questões fonéticas e para se alimentar também”, começa o profissional.
- Essa condição pode causar problemas para a criança?
Quando o bebê nasce e esse ligamento tá encurtado, tá segurando, pode trazer prejuízo para a criança, tanto na alimentação e, alguns casos, na sucção da mama, da hora que ele vai pegar para mamar, ele tem dificuldade de fazer esse movimento, não consegue retirar o leite materno ou na própria mamadeira e alguns casos, também, pode atrapalhar na fala.
- Como é esse procedimento?
É indicado fazer uma simples cirurgia reparatória que é um procedimento rápido, seguro, mas que normalmente a gente faz em um ambiente hospitalar, que é fazer uma secção nesse ligamento, conseguindo dar mais mobilidade para a língua. Geralmente ele pode sangrar muito pouco, mas pode ter o risco de sangramento e é um procedimento muito rápido, muito comum e muito seguro também.
O paciente praticamente tem alta no mesmo dia, alguns casos a gente faz com a anestesia geral, outros casos pode ser só com anestesia tópica mesmo, então depende de quanto que a gente vai seccionar desse ligamento e de forma geral o paciente praticamente não sente muita dor, não tem muitos problemas de pós-operatório, o maior risco aí é o sangramento e uma infecção secundária, mas não costuma causar muitos problemas futuros. É procedimento simples, rápido e que tem indicação logo que nasce, percebeu que tem aquele freio e a criança está com dificuldade de mamar, a gente já faz o procedimento.
- Pode indicar esse procedimento para ajudar junto com a fonoterapia?
Sim. Só o procedimento resolve? Não. Então crianças com alteração de fala, que tenha prejudicado alguma coisa, precisa fazer fonoterapia e esse é um procedimento adjuvante. Ele por si só não resolve. Troca de fonemas só fazendo a frenectomia lingual. Tem também a frenectomia labial. Em alguns casos mais difíceis, com menos indicação, e muito mais complexo, você pode tentar fazer, principalmente para pacientes que tem uma gengiva mais alongada, uma questão até de estética, o pessoal acaba fazendo. Mas, nesse caso específico, que pode trazer um prejuízo para o paciente, de fato, a franulectomia lingual.
Além de Mavie e Mel, Neymar também é pai de Davi Lucca, de 13 anos, com Carol Dantas, e de Helena, que completa 1 ano no dia 3 de julho, com Amanda Kimberlly.