Por Nandita Bose e Humeyra Pamuk

WASHINGTON (Reuters) – A estrela norte-americana do basquete Brittney Griner foi libertada pela Rússia em uma troca de prisioneiros e estava voltando para os Estados Unidos, disse o presidente Joe Biden nesta quinta-feira, encerrando o que chamou de meses de “inferno”.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que trocou Griner pelo cidadão russo Viktor Bout, um antigo traficante de armas. A troca ocorreu no aeroporto de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, disseram agências de notícias russas.

“Ela está segura, está em um avião, está voltando para casa depois de meses detida injustamente na Rússia, mantida sob circunstâncias intoleráveis”, disse Biden a repórteres na Casa Branca. “Este é um dia pelo qual trabalhamos há muito tempo. Nunca paramos de pressionar por sua libertação.”

Griner, de 32 anos, estrela do Phoenix Mercury da Associação Nacional de Basquete Feminino, foi presa em 17 de fevereiro. As negociações para garantir sua libertação foram complicadas pela invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro e a subsequente piora nos laços entre Washington e Moscou.

A troca foi um dos exemplos mais notáveis e raros de cooperação entre Washington e Moscou desde a invasão.

O presidente dos Emirados Árabes Unidos e o príncipe herdeiro saudita lideraram os esforços de mediação que garantiram a libertação de Griner, informou um comunicado conjunto dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita.

Biden e a vice-presidente Kamala Harris falaram por telefone com Griner do Salão Oval, junto com a esposa de Griner, Cherelle. A Casa Branca divulgou uma foto do telefonema.

“Estes últimos meses foram um inferno para Brittney” e para sua esposa, disse Biden.

Duas vezes medalhista de ouro olímpica, Griner foi presa em um aeroporto de Moscou depois que cartuchos contendo óleo de cannabis, que é proibido na Rússia, foram encontrados em sua bagagem.

Ela foi condenada em 4 de agosto a nove anos em uma colônia penal sob a acusação de posse e contrabando de drogas. A atleta se declarou culpada, mas disse que não teve a intenção de infringir a lei.

No mês passado, ela foi levada para uma colônia penal na região russa de Mordovia para cumprir sua pena de prisão.

Cherelle Griner, que disse estar “sobrecarregada de emoções”, agradeceu a Biden e aos membros de seu governo pelo trabalho para libertar sua esposa.

“Hoje minha família está inteira”, declarou ela. “BG e eu continuaremos comprometidas com o trabalho de levar todos os americanos para casa.”

Biden disse que os Estados Unidos continuarão a trabalhar para libertar Paul Whelan, um ex-fuzileiro naval.

“Infelizmente e por razões totalmente ilegítimas, a Rússia está tratando o caso de Paul de maneira diferente do caso de Brittney. E embora ainda não tenhamos conseguido garantir a libertação de Paul, não vamos desistir. Nunca desistiremos”, disse Biden.

 

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