Jaco van Gass conquistou o ouro no ciclismo da Paralimpíada de Tóquio nesta quinta-feira (26). De quebra, o britânico ainda quebrou o recorde mundial na prova de perseguição da classe C3.
Van Gass wins the battle of the Brits in the C3 3000m individual pursuit final! #ParaCycling #Gold – Jaco van Gass #GBR #Silver – Finlay Graham #GBR#Bronze – David Nicholas #AUS@UCI_paracycling #Tokyo2020 #Paralympics
— Paralympic Games (@Paralympics) August 26, 2021
O mais curioso é que o ciclista, de 35 anos, talvez nem pensasse em estar nos Jogos Paralímpicos há 12 anos. Gass era combatente do exército britânico e estava em missão no Afeganistão quando foi atingido por granada, arremessada por membros do Talibã, o mesmo grupo fundamentalista que retomou o poder no país asiático há poucos dias. Com isso, Jaco perdeu parte do braço esquerdo.
“Neste exato momento, estou no topo. É a melhor coisa. É difícil colocar isso em perspectiva. Fiz coisas incríveis, e todos elas têm suas dificuldades. Hoje foi muito difícil”, disse o ciclista.

Jaco van Gass
Após o ataque sofrido por Jaco, em 2009, o então paraquedista das Forças Armadas Britânicas precisou passar por 11 cirurgias. Apesar de representar o exército britânico, Gass é natural da África do Sul e mudou-se para o Reino Unido quando tinha 20 anos.
“É incrível ter estado onde estive, ter morrido duas vezes na mesa de operação, nunca saber quando ia andar novamente, muito menos correr novamente. E estou nas Paralimpíadas. Se eu posso inspirar alguém a fazer o mesmo, se posso ajudar alguém, então isso é incrível”, relatou Jaco, em entrevista à TV britânica “Canal 4”.
Com ouro garantido na prova de perseguição classe C3, Jaco ainda vai brigar por medalha em mais duas provas de ciclismo de pista e duas no ciclismo de estrada da Paralimpíada em Tóquio.

Jaco van Gass
Afeganistão
Presente no confronto contra o Talibã na década passada no Afeganistão, o agora medalhista paralímpico demonstrou tristeza ao ver novamente a situação do país por conta dos conflitos.
“É triste ver o que está acontecendo. Pessoalmente, não estou desapontado ou arrependido do que aconteceu comigo na questão pessoal. Eu tive que sair e fazer meu trabalho. Meus pensamentos vão para aqueles que pagaram o sacrifico final”, lamentou o ciclista.