O britânico Charlie Rowley, de 45 anos, que foi exposto ao agente neurotóxico Novichok “não está mais em condição crítica”, anunciou nesta quarta-feira (11) o hospital de Salisbury (sudoeste de Inglaterra) onde ele está internado desde 30 de junho.

“Ele não está mais em condição crítica. Seu estado agora é grave, mas estável”, afirmou a diretora do hospital, Lorna Wilkinson, citada em um comunicado.

O hospital informou na terça-feira que o paciente estava consciente.

“Charlie Rowley fez novos progressos durante a noite”, disse Wilkinson. “Charlie ainda tem muito caminho a percorrer, mas os progressos que constatamos até agora nos deixam otimistas”, completou.

O irmão do britânico, Matthew Rowley, se espantou com o estado em que o encontrou. “Ele está acordado, falando com coerência, mas ele parece um esqueleto agora”, disse Matthew à ITV News.

“Ele está comendo comida sólidas, depois de nove dias se alimentando com líquidos. Então, perdeu peso”, relatou o irmão. Segundo ele, Charlie não conseguiu levantar a cabeça do travesseiro, mas que os dois conseguiram “rir juntos sobre as enfermeiras e pegar o telefone delas”.

Em um comunicado à parte, a polícia informou que conseguiu falar por alguns minutos com o paciente e que deve voltar a ouvi-lo nos próximos dias.

A companheira de Charlie Rowley, Dawn Sturgess, também envenenada por Novichok, faleceu no domingo, depois de passar oito dias no hospital. Sua morte levou as autoridades a abrir uma investigação por homicídio.

O casal foi exposto ao mesmo tipo de agente neurotóxico usado contra o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha em março, na cidade de Salisbury.

Grã-Bretanha e seus aliados acusam Moscou de tentar matar os Skripal, que sobreviveram, causando uma forte crise diplomática internacional.

Novichok é um agente neurotóxico desenvolvido pela União Soviética durante a Guerra Fria.

A polícia acredita que o casal tenha manuseado um objeto contaminado com uma alta dose da substância, embora não seja possível determinar se o agente neurotóxico provém do mesmo lote daquele usado contra o ex-espião russo e sua filha.

O governo britânico alertou na terça-feira os moradores de Salibury e de Amesbury a não “pegar nenhum objeto estranho que contenha líquido ou gel”, como recipientes, seringas, agulhas, cosméticos.