De “E Deus Criou a Mulher”, que a catapultou ao estrelato, em 1956, passando por “O Desprezo” (1963), a atriz francesa Brigitte Bardot participou de quase 50 filmes.
A seguir, uma lista de seus papéis mais conhecidos:
– “E Deus Criou a Mulher” (1956) –
A história de “uma jovem de sua época, que deixou para trás os tabus sociais, o sentimento de culpa e que tem uma sexualidade plena e livre”, explicou o diretor do filme, Roger Vadim, que era marido de Bardot durante as filmagens.
Rodado na hoje exclusiva cidade francesa de Saint-Tropez, este drama (proibido para menores de 16 anos no momento da estreia) teve uma recepção morna da crítica e chocou os conservadores.
O filme, no entanto, fez sucesso nos Estados Unidos e marcou o início da “Bardotmania”, que transformou a jovem (22 anos) em um símbolo sexual internacional.
Durante as filmagens, Bardot iniciou um relacionamento com seu colega de elenco, Jean-Louis Trintignant. A atriz e Vadim se divorciaram em 1957.
– “A Verdade” (1960) –
Uma jovem sedutora é acusada pelo assassinato de seu antigo amante. O processo judicial permitirá reconstruir a relação entre a vítima e a jovem.
Bardot revela neste drama uma nova faceta de seu trabalho como atriz. Além disso, durante as filmagens, ela iniciou um relacionamento com o ator Sami Frey.
As filmagens foram complicadas, o diretor Henri-Georges Clouzot era uma pessoa difícil. B.B. lembraria mais tarde que “parecia que estava acontecendo o seu próprio julgamento”, como se estivesse sendo julgada por sua “má reputação” e sua “leviandade”.
O filme foi, no entanto, nas palavras da própria intérprete, “a obra-prima de sua vida de atriz” e levou cinco milhões de pessoas aos cinemas na França.
Como sua personagem no filme, Bardot tentou cometer suicídio ao final das filmagens.
– “O Desprezo” (1963) –
Um roteirista e sua esposa parecem formar um casal unido. Mas um incidente, aparentemente sem importância, com um produtor levará a jovem a desprezar o marido.
Bardot protagoniza, com Michel Piccoli, este filme cult de Jean-Luc Godard, rodado na Itália (Roma e Capri), na fabulosa residência do escritor Curzio Malaparte.
Após uma primeira exibição, os produtores exigem mais cenas de nudez da atriz. O que levará à mítica cena em que a personagem de Bardot pergunta ao marido: “Você acha minha bunda bonita?”.
O papel continua sendo um dos mais famosos de sua carreira. Em termos de público (235.000), o filme foi um sucesso para Godard, mas um fracasso em relação às produções anteriores de Bardot.
– “Viva Maria!” (1965) –
Na América Central, duas cantoras de music hall se apaixonam pelo mesmo homem, um revolucionário. Louis Malle dirige esta paródia de faroeste com Jeanne Moreau e Brigitte Bardot, respeitosas uma com a outra, mas rivais profissionais.
No início das filmagens, no México, Moreau monopoliza os primeiros flashes e fala com a imprensa. Bardot, pressionada por seu agente, passa à ofensiva e responde aos pedidos dos repórteres, até vencer a batalha midiática.
A crítica não recebeu muito bem o filme, mas o longa-metragem levou 3,5 milhões de espectadores aos cinemas na França.
– “O Urso e a Boneca” (1970) –
Um violoncelista (Jean-Pierre Cassel), míope e rabugento, conhece Felicia (Bardot), uma mulher linda, caprichosa e elitista, quando seu Citroën bate no Rolls Royce dela. A personagem de Bardot tenta seduzir o músico, que permanece insensível às suas investidas.
O cineasta Michel Deville dirige uma comédia encantadora com ares abertamente feministas em torno de duas personagens que não têm nada em comum. Bardot, que buscava um reinício na carreira, consegue encarnar com muita personalidade o papel.
“O Urso e a Boneca” é um pouco o “E Deus Criou a Mulher” dos anos 1970. “Deville soube me reconstruir”, disse a atriz. O filme levou 1,6 milhão de espectadores aos cinemas.
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