Com brigadas que vão de casa em casa, o Peru busca erradicar o mosquito transmissor da dengue, para controlar um surto que deixou 32 mortos e 31.364 pessoas infectadas nos dois primeiros meses do ano, segundo fontes sanitárias.

Desde a madrugada desta terça-feira (27), cerca de 20 brigadistas do Ministério da Saúde já visitaram cerca de 500 residências no distrito populoso de El Agustino, em Lima, para identificar e eliminar criadouros do mosquito transmissor, cujo número disparou devido à onda de calor.

A situação levou o governo peruano a declarar em emergência sanitária a partir de hoje 20 de suas 25 regiões, o que permite às autoridades disponibilizar um orçamento maior para o combate à doença, entre outras medidas.

Segundo o Ministério da Saúde peruano, foram reportados 31.364 casos e 32 óbitos entre janeiro e fevereiro, em comparação com 12.264 casos e 18 óbitos no mesmo período de 2023.

– Ovitrampas para o vetor –

Os brigadistas usam dezenas de ovitrampas (recipientes de plástico com água e papel-toalha) para identificar e eliminar criadouros nas residências.

“Em nível nacional, estamos em alerta vermelho, em fase de epidemia. Se não fizermos as atividades de prevenção, a doença continuará se espalhando”, advertiu a enfermeira Johana Ildefonso.

“Fiquei surpresa. Não sabíamos que tínhamos essas larvas no vaso de flores”, disse Yudy Roque, 33, após a descoberta das mesmas em seu domicílio.

As temperaturas altas ocasionadas pelo fenômeno climático El Niño favoreceram a propagação da dengue. “Ele é o fator mais importante que faz com que a reprodução do mosquito seja maior”, apontou o diretor de Zoonoses do ministério, Moisés Apoyala.

O Peru teve em 2023 o pior registro de vítimas de dengue em quatro décadas, quando a doença matou 445 pessoas e infectou mais de 270 mil.

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