TURIM, 9 SET (ANSA) – O Ministério Público de Turim anunciou que o presidente da Stellantis e da Ferrari, John Elkann, um dos homens mais ricos e poderosos da Itália, concordou em cumprir um ano de serviço comunitário para encerrar uma investigação criminal sobre uma suposta sonegação fiscal na herança da família Agnelli.
Elkann e seus irmãos Lapo e Ginevra também já pagaram conjuntamente 183 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão) para resolver a disputa. No entanto o advogado do executivo disse que o acordo, que ainda deve ser ratificado por um juiz, não equivale a uma admissão de culpa.
O caso diz respeito à herança do patrimônio da avó de Elkann, Marella Caracciolo, que era esposa do ex-presidente da Fiat Gianni Agnelli e faleceu em 2019. A disputa opunha Margherita, filha de Agnelli, aos três filhos dela com o americano Alain Elkann: John, Lapo e Ginevra.
Em 2004, um ano após a morte de Gianni Agnelli, um dos industriais mais importantes da Itália e histórico presidente da Fiat, hoje parte do grupo Stellantis, Margherita abriu mão de parte da herança, em um acordo assinado com base na legislação da Suíça, onde a viúva Caracciolo tinha residência legal.
Contudo, segundo a acusação, a matriarca passou menos da metade de 2018 no país alpino, de forma que, após sua morte, em 2019, os herdeiros John, Lapo e Ginevra deveriam ter pagado 175 milhões de euros em impostos sobre herança na Itália.
Também está em curso um processo cível sobre o espólio, com Margherita tentando anular o acordo de 2004 para garantir uma fatia maior do império Agnelli para os cinco filhos de seu segundo casamento, com Serge de Pahlen.
Elkann foi escolhido pessoalmente por Gianni Agnelli para sucedê-lo no comando da família, que, por meio da holding Exor, é a principal acionista da Stellantis, da Ferrari, da Juventus, do Grupo The Economist e da Philips, entre outras empresas.
(ANSA).