Ao menos 18 pessoas morreram após um confronto entre dois grupos locais que provocou um incêndio em uma discoteca de Sorong, na província indonésia de Papua Ocidental, informou a polícia.

“O confronto aconteceu às 23H00 de segunda-feira. Foi um conflito que se prolongou de um enfrentamento no sábado”, afirmou em um comunicado Ary Nyoto Setiawan, chefe de polícia de Sorong.

Uma vítima foi esfaqueada e as outras 17 morreram no incêndio na discoteca Double O.

“Encontramos 17 corpos na Double O, estavam no segundo andar. Transportamos os corpos para o hospital”, afirmou Edward Panjaitan, do departamento de saúde da polícia de Sorong.

A polícia investiga a causa do incêndio, que destruiu grande parte do imóvel. Um veículo queimado estava diante do local.

“A casa noturna foi incendiada a partir do primeiro andar. Tentamos retirar o maior número de pessoas possível, mas depois que os bombeiros apagaram as chamas encontramos alguns corpos”, declarou o chefe de polícia.

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As autoridades afirmaram que o confronto envolveu dois grupos étnicos.

“Começou com uma divergência entre dois membros de cada grupo, declarou Setiawan.

“Tentamos mediar entre os grupos e convocar os líderes antes do conflito da noite”, acrescentou.

A polícia enviou reforços à cidade para evitar novos conflitos.

Sorong é o ponto de acesso às ilhas Raja Ampat, ricas em corais, e é a maior cidade na província de Papua Ocidental, com um porto crucial para o país.

A localidade é relativamente tranquila em comparação com outras regiões da província, que registram conflitos entre insurgentes separatistas e as forças de segurança indonésias.

Os rebeldes intensificaram a luta recentemente, com ataques a rodovias, escolas e hospitais que alegam ter vínculos com os militares.

Em resposta, as autoridades reforçaram a presença de militares e policiais.

A província faz fronteira com Papua Nova Guiné na ilha de Nova Guiné, ao norte da Austrália.

Papua, uma ex-colônia holandesa, é rica em minerais e declarou independência em 1961, mas a Indonésia tomou o controle do território dois anos depois com a promessa de organizar um referendo independentista.

A votação subsequente a favor da permanência como parte da Indonésia foi considerada fraudulenta por muitos moradores.

A população melanésia de Papua, em sua maioria cristã, compartilha poucos laços culturais com o resto da Indonésia, o maior país muçulmano do mundo.


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