Uma cúpula do Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – buscará este mês reforçar suas trocas comerciais com a África, informou nesta segunda-feira (7) o governo sul-africano, anfitrião do encontro.

O continente africano se tornou nos últimos anos em um campo de batalha diplomática entre as potências ocidentais, a Rússia e a China, que tentam ampliar sua influência em um contexto de forte concorrência pelos recursos minerais e de tensões exacerbadas pela guerra na Ucrânia.

Os governantes do Brasil, China, Índia e África do Sul, assim como o chefe da diplomacia russa, participarão da cúpula, que será realizada de 22 a 24 de agosto em Joanesburgo com o tema “Os Brics e a África”, indicou a chanceler sul-africana, Naledi Pandor.

“Nosso tema reflete nossa convicção sobre os benefícios que uma associação com a África pode oferecer aos Brics”, disse Pandor em uma coletiva de imprensa.

Os Brics se veem como um contrapeso ao predomínio econômico mundial das potências ocidentais.

Participarão do encontro, como convidados, representantes de outros países africanos e as discussões abordarão também as possibilidades de investimentos no continente, acrescentou Pandor.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu homólogo chinês, Xi Jinping, assim como o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, já confirmaram sua presença.

A Rússia será representada por seu ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, enquanto o presidente Vladimir Putin participará por videoconferência.

Putin, com ordem de prisão internacional por acusações de que as tropas russas deportaram crianças de zonas ocupadas na Ucrânia, decidiu no mês passado não sair de seu país nesta ocasião.

O presidente da França, Emmanuel Macron, expressou recentemente seu interesse em participar da cúpula das cinco potências emergentes.

Mas Pandor descartou essa possibilidade, que considerou “bastante divertida”, já que “não foi enviado nenhum convite desse tipo” a Macron.

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