Em declaração conjunta, o Brics condenou os ataques militares de Israel contra o Irã, mas poupou críticas aos Estados Unidos, que também participou do conflito. A mensagem foi divulgada neste domingo, 6, após a primeira reunião dos chefes de Estado da cúpula de países emergentes.
O documento pede uma reforma abrangente da Organização das Nações Unidas (ONU). Sob a liderança do Brasil, o Brics buscou enviar uma mensagem direta para a troca no Conselho de Segurança da ONU. O governo brasileiro e o indiano reivindicam assentos permanentes no grupo.
Na avaliação do bloco, o conselho ficou paralisado em meio às ofensivas israelenses sobre o Irã e Gaza.
“Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irã desde 13 de junho de 2025, que constituem uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”, afirmou os líderes.
A cúpula ainda pediu o “cessar-fogo imediato” e a “retirada completa” de Israel na Faixa de Gaza.
“Exortamos as partes a se engajarem, de boa-fé, em novas negociações com vistas à obtenção de um cessar-fogo imediato, permanente e incondicional; à retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza”, ressalta o texto do grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros seis países.
A cúpula ainda criticou o tarifaço imposto pelos Estados Unidos, mas sem citar diretamente o país comandando por Donald Trump. Eles criticam o protecionismo e defendem uma maior negociação e acordos para países emergentes.
“A proliferação de ações restritivas ao comércio, seja na forma de aumento indiscriminado de tarifas e de medidas não-tarifárias, seja na forma de protecionismo sob o disfarce de objetivos ambientais, ameaça reduzir ainda mais o comércio global”, ressalta o documento final da reunião.
O grupo também concordou com a adesão da Indonésia na cúpula, além de nomear novos parceiros comerciais, como Cuba, Nigéria, Cazaquistão e Vietnã. A cúpula reforçou o compromisso do uso da Inteligência Artificial, mas com regulamentação, além da cooperação para tecnologia espacial e avanços nas tecnologias de 5G e robótica.
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*Com informações da AFP