São Paulo, 7 – A BRF convocou, na terça-feira, 6, executivos de associações e cooperativas que representam os produtores de aves em Rio Verde (GO) para tratar da Operação Trapaça, terceira fase da Carne Fraca, deflagrada na segunda-feira, 5, pela Polícia Federal (PF). O abatedouro localizado no município goiano está entre as três unidades da empresa investigadas e com exportações suspensas pelo Ministério da Agricultura para 12 destinos intolerantes à salmonela. As acusações da PF são de que a BRF fraudava laudos para embarcar carnes que seriam consideradas inadequadas por estes destinos.

Uma fonte que participou da reunião disse ao Broadcast Agro (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) que os executivos da BRF não abriram detalhes da investigação, mas destacaram que os eventos citados pela PF ocorreram em meados de 2013 e não representam risco à saúde publica. Além disso, o ritmo de compras de matéria-prima não será alterado pela empresa, segundo os diretores. “A planta continuará trabalhando com capacidade total, inclusive no alojamento de pintinhos e frangos”, afirmou a fonte. Estima-se que a capacidade de abate da unidade de Rio Verde seja em torno de 420 mil frangos por dia.

Logo que a operação foi deflagrada, um sentimento de apreensão tomou conta dos avicultores da região de Goiás, por temor de que a suspensão parcial das exportações da BRF acarretasse algum problema para a comercialização das aves. “Agora, a expectativa dos produtores é de que as negociações continuarão dentro da normalidade”, relatou a fonte.

No ano passado, as granjas da cidade goiana de Mineiros, onde outra planta da BRF também é investigada na Operação Trapaça, chegaram a acumular um total de 300 mil perus em situação de abate, por causa do fechamento da unidade, pouco menos de dez dias após a deflagração da Operação Carne Fraca.


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