Por Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) -A companhia de alimentos BRF teve prejuízo líquido de 468 milhões de reais no segundo trimestre, superior ao desempenho negativo de 240 milhões de reais registrado um ano antes, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira.

Projeções de analistas indicavam um prejuízo de 157 milhões de reais, segundo dados da Refinitiv.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado alcançou 1,368 bilhão de reais, alta de 7,7% e acima das expectativas de 1,202 bilhão de reais.

A companhia afirmou que seus resultados foram impactados por dois eventos não recorrentes no trimestre: dívida designada como “hedge accounting” e hiperinflação na Turquia.

O primeiro fator gerou um impacto negativo de 445 milhões de reais provenientes da receita líquida dos mercados internacionais, relacionada a um título de dívida com vencimento em junho de 2022.

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Já a questão no mercado turco gerou um impacto de correção monetária das informações financeiras da subsidiária da companhia. Uma vez que a economia passou a ser considerada hiperinflacionária, isto muda a forma como a BRF reconhece o valor dos ativos e passivos naquele país.

A BRF informou ainda que a receita líquida aumentou 11,2%, para 12,9 bilhões de reais no segundo trimestre.

A BRF vende a maior parte de seus produtos no mercado brasileiro, embora exporte para vários países. Os menores embarques de carne suína para a China, por exemplo, afetaram negativamente os resultados.

A empresa também disse que continua sofrendo com os preços mais altos dos grãos, o que aumenta o custo da ração animal, apesar de ter conseguido aperfeiçoar sua estratégia de vendas e repassar parte dos custos aos clientes.

A companhia conseguiu aumentar o preço médio dos alimentos processados em cerca de 19%, e o do frango em quase 22%. Os preços da carne suína, no entanto, caíram quase 15% devido à fraca demanda.

Internacionalmente, a BRF vendeu 478 mil toneladas de carne suína e de aves, 4,2% a menos que no mesmo trimestre do ano passado.

Por outro lado, a empresa teve um bom desempenho no importante mercado de carnes halal, onde os volumes comercializados subiram 13,4% no trimestre, ajudando a receita a do segmento a subir quase 28%, para 2,6 bilhões de reais.

A carne halal é fornecida para países islâmicos e produzida de acordo com preceitos da religião muçulmana.

(Reportagem adicional de Nayara Figueiredo, edição Alberto Alerigi Jr.)


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