A BRF registrou lucro líquido de R$ 22 milhões no primeiro trimestre de 2021, revertendo o prejuízo de R$ 38 milhões reportado no primeiro trimestre do ano passado, informou a companhia. A receita líquida proveniente das vendas no período somou R$ 10,592 bilhões, aumento de 18,4% sobre os R$ 8,949 bilhões de igual trimestre de 2020.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da BRF nos primeiros três meses do ano alcançou R$ 1,234 bilhão, queda de 1,4% ante o R$ 1,251 bilhão do mesmo intervalo do ano anterior. A margem do Ebitda ajustado foi de 11,6%, ante 14% na mesma base comparativa. A empresa também apresentou uma comparação do Ebitda ajustado excluindo os efeitos tributários. Desta forma, houve recuo de 4,4% na comparação interanual, passando de R$ 1,251 bilhão no primeiro trimestre de 2020 para R$ 1,196 bilhão nos mesmos meses de 2021.

Em comunicado enviado à imprensa, a BRF informou que a dívida líquida ficou em R$ 15,318 bilhões, R$ 270 milhões a menos que o reportado de janeiro a março de 2020. Com isso e diante dos efeitos negativos da variação cambial, a companhia encerrou o trimestre com o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) em 2,96 vezes, contra 2,68 vezes no mesmo período do ano anterior.

Nos primeiros três meses do ano, a BRF comercializou 1,070 milhão de toneladas de produtos, uma queda de 1,6% em comparação com as 1,087 milhão de toneladas de um ano antes. A empresa disse ainda que gerou R$ 1,4 bilhão em caixa operacional no período e que o fluxo de caixa livre chegou a R$ 707 milhões.

A BRF registrou receita operacional líquida no segmento Brasil de R$ 5,393 bilhões, aumento de 15,1% em comparação com de igual intervalo do ano passado. O volume comercializado de carne de aves e suínos in natura e produtos processados somou 535 mil toneladas, 5,4% a menos na mesma base comparativa, em razão da desaceleração da demanda, conforme a empresa. O que compensou parcialmente a retração no volume foi o aumento de 21,6% nos preços médios dos produtos no trimestre, refletindo o movimento de ampliação do mix de produtos industrializados da empresa.

Já no segmento internacional, a receita líquida foi de R$ 4,821 bilhões, alta de 20,1% sobre o período encerrado em 31 de março de 2020. O volume de vendas chegou a 466 mil toneladas, aumento de 1,7% em relação às 458 mil toneladas comercializadas um ano antes. O preço médio dos produtos em reais cresceu 18%, para R$ 10,35 o quilo. O principal destaque é a operação para a Ásia, cuja demanda continua aquecida para aves e suínos. A receita proveniente do mercado asiático aumentou 9,6% no primeiro trimestre do ano, para R$ 1,453 bilhão.

As exportações diretas da BRF somaram 156 mil toneladas, alta de 12,2%, com receita de R$ 1,276 bilhão, aumento de 29,1%, na comparação anual. Segundo a empresa, isso é reflexo do avanço de 15% dos preços médios em reais, sustentados pela desvalorização cambial. Além disso, a demanda externa segue positiva, especialmente com a reabertura parcial do canal de food service em diversos mercados, como a Europa, por exemplo.