Funcionários de alto nível da União Europeia (UE) e do Reino Unido terão uma reunião urgente, na próxima semana, para tratar do Acordo de Retirada britânica do bloco.

Nesta terça-feira (22), em meio a esse contexto de tensões e de incertezas, o ministro alemão para Assuntos Europeus, Michael Roth, lembrou a seus colegas de Londres que não é hora para “jogos”.

“Por favor, queridos amigos em Londres: parem de jogar. O tempo está-se esgotando. Nós realmente precisamos de uma base justa para as próximas negociações e estamos prontos para isso”, disse Michael Roth, em Bruxelas.

O problemático divórcio entre Reino Unido e UE entrou em clara rota de colisão depois que Londres promoveu uma lei sobre o mercado interno, modificando, unilateralmente, aspectos negociados e já aprovados no Acordo de Retirada.

Na opinião de Roth, “a chamada lei do mercado interno é extremamente grave para nós, porque viola os princípios básicos do Acordo de Retirada, e isso é totalmente inaceitável para nós”.

Desde que Londres promoveu a polêmica lei, a UE estabeleceu o final de setembro como prazo para as autoridades britânicas retirarem a legislação, por violação aberta do Acordo de Retirada.

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O vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, anunciou que se reúne na próxima segunda, em Bruxelas, com o ministro britânico Michel Gove.

Sefcovic destacou, porém, que “não iremos renegociar” o Acordo e, em vez disso, “estamos nos dedicando à sua implementação plena e oportuna. Nada mais e nada menos do que isso”.

Desde o Brexit, ambas as partes têm dedicado grandes esforços para negociar as características de seu relacionamento futuro, embora a nova crise ameace arruinar essas tentativas de entendimento.

O Reino Unido se retirou da União Europeia em 31 de janeiro deste ano e deve deixar a união aduaneira e o mercado comum até o final de 2020. Ainda existem, porém, negociações sobre o ambiente de concorrência leal entre empresas, auxílios e subsídios estatais e acesso dos navios de pesca europeus às águas britânicas.


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