A primeira-ministra britânica, Theresa May, pediu unidade nesta terça-feira (16) aos membros de seu governo, divididos sobre o Brexit, na véspera de uma cúpula em Bruxelas, onde defenderá sua estratégia para evitar deixar a União Europeia (UE) sem um acordo.

A menos de seis meses da fatídica data de 29 de março, o tempo é curto para que as duas partes cheguem a um acordo sobre a saída britânica da UE.

Mas a falta de progresso concreto nas negociações projeta a possibilidade de um Brexit sem acordo, temido tanto por britânicos quanto por europeus.

Durante o conselho de ministros nesta terça-feira, May reiterou que ainda é possível um acordo se o Executivo conseguir superar suas dissensões.

“Estou convencida de que, como governo, se formos solidários e firmes, podemos alcançá-lo”, disse ela, de acordo com seu porta-voz.

Na noite de segunda-feira em Londres, vários membros influentes do governo britânico se reuniram para coordenar suas posições diante do conselho de ministros.

No contexto de divisões persistentes sobre a orientação a ser dada ao Brexit, a imprensa britânica havia informado na sexta-feira que vários ministros ameaçaram renunciar.

Mas as últimas conversas, no domingo, em Bruxelas, terminaram sem resultados, o que, segundo a imprensa britânica, pode estar dentro da estratégia da primeira-ministra de demonstrar aos seus ministros rebeldes que ela não faz concessões e os impede de apresentar sua renúncia na terça-feira, enfraquecendo seu governo no pior momento.

“Algumas questões-chave” permanecem “suspensas”, disse o principal negociador da UE, Michel Barnier, particularmente na fronteira entre a Irlanda e a província britânica da Irlanda do Norte, depois do Brexit.

O cenário de uma separação sem acordo é agora “mais provável do que nunca”, destacou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, na segunda-feira.

Na quarta-feira, os líderes europeus devem dizer como proceder durante um jantar de trabalho em Bruxelas, logo após uma reunião na qual a participação de Theresa May foi confirmada.