A aquisição de 58% do capital total do Banco Master é uma das mais significativas operações financeiras recentes no Brasil. Avaliado em R$ 2 bilhões, o negócio inclui 49% das ações ordinárias — com direito a voto — e 100% das ações preferenciais.
A operação acende novamente discussão sobre a concentração do setor e como mais bancos fortalecidos podem contribuir para o avanço dos serviços financeiros.
Com essa aquisição, o BRB aumenta substancialmente sua atuação no mercado financeiro, passando a contar com 15 milhões de clientes, ativos totais na ordem de R$ 112 bilhões, carteira de crédito de R$ 72 bilhões e mais de R$ 100 bilhões em captações.
Atualmente na 23ª posição no ranking nacional de ativos totais, o banco estatal do Distrito Federal deve avançar para a 17ª colocação, consolidando-se como uma força relevante no setor bancário brasileiro.
A marca BRB será mantida como bandeira única da operação e haverá uma integração estratégica na governança, com Daniel Vorcaro, fundador e presidente do Banco Master, assumindo uma cadeira no conselho de administração.
Com o movimento, o BRB passa ingressar em novos segmentos estratégicos já bem explorados pelo Master, incluindo crédito consignado, câmbio, mercado de capitais, serviços corporativos e banco digital, bem como sua atuação tradicional em varejo, crédito imobiliário, crédito rural e seguros.
Em entrevista ao Estadão, Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, afirmou que a operação foi cuidadosamente planejada desde meados de 2024, quando o banco iniciou a aquisição de carteiras específicas do Master. “Vimos uma complementaridade bastante grande. O Master é forte naquilo que o BRB não conseguia crescer”, disse o executivo.
Ativos como carteiras de precatórios, direitos creditórios e fundos de ações ficaram propositalmente de fora do acordo, o que reforça o foco da aquisição na complementaridade estratégica das duas instituições.
O governo do Distrito Federal, controlador do BRB, celebra o acordo e projeta que os dividendos distribuídos, atualmente em torno de R$ 200 milhões anuais, possam chegar a R$ 1 bilhão com o sucesso da incorporação.
A operação ainda aguarda aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).