Os corredores brasileiros prometem se esforçar nesta terça-feira para acabar com o domínio dos atletas africanos na prova de São Silvestre. Sem ganhar o evento masculino desde 2010 e com a última vitória no feminino tendo sido obtida em 2006, os representantes do País querem colocar em prática uma nova estratégia para acabar com o domínio de etíopes e quenianos.

A edição 2019 da prova terá como destaques no masculino dois bicampeões. O queniano Edwin Rotich e o etíope naturalizado barenita Dawit Admasu são os favoritos. Entre as mulheres, o nome principal é de Brigid Kosgei, do Quênia, recordista mundial da maratona. A compatriota Pauline Kamulu é outra atleta bem cotada, já que neste ano foi bronze no Mundial de Meia-Maratona.

Para superar tantos competidores renomados, o brasileiro Wellington Bezerra defende que é preciso mudar de estratégia. Em vez de buscar acompanhar o ritmo dos africanos desde o começo, o melhor é se poupar e deixar a arrancada apenas para os metros finais, em especial para encarar a forte subida da Avenida Brigadeiro Luís Antônio.

“O time de estrangeiros é muito forte. Os brasileiros têm de fazer uma prova mais cadenciada, sem correr tão junto dos outros desde o início. Tem de guardar energia para a Brigadeiro. Se o público ver a gente mais para trás do pelotão, não se preocupem. É estratégia”, explicou Bezerra.

O corredor afirmou que esse plano já deu certo ano passado, na Maratona de São Paulo. “Já fiz essa estratégia antes e deu certo, tive bons resultados. Fui vice na Maratona aqui em São Paulo porque deixei para o fim a minha arrancada”, contou.

A atleta Tatiele de Carvalho tem a experiência das oito edições anteriores da prova e concorda ser necessário preservar a força para o trecho final. “Nós treinamos o ano inteiro para a São Silvestre. O importante é ter uma estratégia correta”, disse.

Já o corredor Daniel Chaves da Silva não é tão otimista. Na opinião dele, a prova deve ter novamente domínio africano. “Acho difícil ganharmos a corrida. Eu procuro ser otimista, mas em termos de preparação ainda estamos atrás dos africanos. Eles sempre treinam em altitude, e é isso que tem feito a diferença pelo mundo”, afirmou.