Brasileiros presos e no corredor da morte: relembre casos de tráfico na Indonésia

Brasileiro preso na Indonésia em julho de 2025
Brasileiro pode pegar pena de morte na Indonésia Foto: AFP

Um brasileiro e uma sul-africana foram presos na ilha turística de Bali, na Indonésia, por porte de drogas, e podem ser condenados a pena de morte.

Segundo a I Made Sinar Subawa, agência de antinarcóticos local, o brasileiro carregava dois sacos contendo pouco mais de três quilos de cocaína. Já a sul-africana foi presa ao chegar de Singapura no mesmo dia com quase um quilo de metanfetamina supostamente escondido em suas roupas.

Rigidez das leis antidrogas no país

A rigidez das leis antidrogas na Indonésia impôs duras sentenças a cidadãos brasileiros, resultando em execuções e longas penas de prisão. Os casos de Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte ficaram marcados por seus desfechos trágicos, mas outros brasileiros também enfrentaram a implacável justiça indonésia, conseguindo, em alguns casos, evitar a execução.

Marco Archer e Rodrigo Gularte
Em 18 de janeiro de 2015, Marco Archer Cardoso Moreira tornou-se o primeiro brasileiro a ser executado por tráfico de drogas no exterior. Preso em 2004 com cerca de 13 kg de cocaína, ele foi condenado à pena de morte no mesmo ano. Após uma década no corredor da morte e diversos apelos diplomáticos do Brasil, foi fuzilado na ilha de Nusakambangan.

Poucos meses depois, em 29 de abril de 2015, Rodrigo Muxfeldt Gularte foi morto na mesma prisão. Detido em 2004 por tentar transportar 6 kg de cocaína em pranchas de surfe, seu caso gerou comoção por conta de seu diagnóstico de esquizofrenia. Apesar dos intensos apelos humanitários, a execução foi mantida.

Casos de prisão
Embora a pena de morte seja uma possibilidade real para o tráfico de drogas na Indonésia, nem todos os brasileiros enfrentam o mesmo destino. Ações da defesa, cooperação com as autoridades ou circunstâncias específicas podem resultar em penas de prisão, muitas vezes longas, mas que evitam a execução.

Um exemplo é o de Manuela Vitória de Araújo Farias. Em junho de 2023, a jovem de 19 anos, presa com quase 3 kg de cocaína no aeroporto de Bali, escapou da pena de morte e da prisão perpétua. Ela foi condenada a 11 anos de prisão e uma multa substancial. Seus advogados consideraram a sentença um “milagre”, dada a severidade do sistema penal indonésio para crimes de tráfico.

A defesa argumentou que Manuela foi usada como “mula” por uma organização criminosa e que ela não tinha conhecimento total do conteúdo de sua bagagem.