30/06/2021 - 14:36
As Olimpíadas estão quase aí! Como parte do nosso aquecimento para os Jogos, faremos uma série de reportagens com alguns dos atletas brasileiros que podem nos fazer sonhar com algumas medalhas Olímpicas. O primeiro atleta da nossa série é o medalhista de ouro em Rio 2016, Thiago Braz.
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Campeão do torneio indoor staf em Berlim
Nascido em Marília, o paulista Thiago Braz já havia dado mostras que poderia surpreender nos Jogos do Rio. Em fevereiro de 2016, o brasileiro bateu o campeão mundial e Olímpico Renaud Lavillenie no torneio indoor staf em Berlim. Thiago saltou 5,93m na ocasião, batendo o recorde sul-americano.
Consagração com o Ouro Olímpico
Thiago não teve vida fácil em sua jornada pelo ouro. Além de encarar novamente o campeão Olímpico Renaud Lavillenie, o brasileiro teve de superar Shawn Barber, campeão mundial em 2015, Sam Kendricks, campeão nos Estados Unidos e o talentoso polonês Piotr Lisek. Na fase de qualificação, Thiago não teve grandes dificuldades e se classificou com a terceira melhor marca, saltando 5,70m.
A final, realizada no Estádio Olímpico Nílton Santos, teve um roteiro que poderia muito bem ter saído de um filme. Thiago Braz precisou de duas tentativas, mas conseguiu alcançar 5,75m e se colocou entre os cinco primeiros da prova. Em seguida, o brasileiro conseguiu saltar 5,85m logo de primeira. A marca foi muito celebrada, pois garantia ao Brasil o bronze. Apenas Lavillenie conseguiram atingir a marca, além, é claro, de Thiago Braz. Com o bronze garantido, o brasileiro foi em busca de repetir a sua melhor marca na carreira, os 5,93m que conseguiu em fevereiro daquele ano. Thiago precisou de duas tentativas, mas conseguiu completar o salto. Kendricks, por outro lado, falhou nas três e ficou com a medalha de bronze. A disputa, agora, era apenas entre o brasileiro e Lavillenie.
O francês parecia em um dia iluminado, e estava acertando todos os saltos que tentava. Em sua primeira tentativa, bateu os 5,93m que Thiago havia saltado, e logo em seguida subiu o sarrafo para 5,98, um novo recorde Olímpico. Com a prata garantida e sem pressão em suas costas, Thiago resolveu tentar o impossível: saltar acima dos 6 metros em uma Olimpíadas. O brasileiro sequer tentou igualar a marca de Lavillenie, e pediu para subirem o sarrafo para 6.03m. Thiago precisou de duas tentativas, mas conseguiu superar a marca e instaurou o novo Recorde Olímpico da categoria. Sob forte pressão da arquibancada brasileira, o francês falhou nas duas primeiras tentativas de igualar a marca de Thiago e, sem escolha, tentou saltar 6,08m na sua terceira e última tentativa. Sofrendo vaias gigantescas da torcida, o francês falhou, deixando o ouro inesperado para Thiago.
A pressão do estádio não foi bem aceita por Renaud Lavillenie, que chegou a comparar o comportamento da torcida com o da Alemanha nazista, que vaiou Jesse Owens nos Jogos de Berlim em 1936. Dias depois, o francês se desculpou pela comparação, que muitos consideraram infeliz.
Carreira pós Rio 2016 e perspectiva para Tóquio 2020
Uma das marcas da carreira de Thiago vem sendo a instabilidade. O atleta alterna desempenhos bons e ruins em competições e não conseguiu saltar acima de 5,93m desde o seu ouro Olímpico. No entanto, Thiago parece estar retomando seu alto nível logo antes das Olímpiadas. No dia 27 de junho, o brasileiro conquistou o título no meeting de Leverkusen e bateu a sua melhor marca no ano: 5,80.
Thiago conta com uma técnica e uma capacidade atlética impressionante e, com apenas 27 anos, tem potencial para trazer mais uma medalha para o Brasil. O brasileiro terá pela frente adversários de peso como Lavillenie e Armand Duplantis. O sueco de apenas 21 anos é um fenômeno e o atual detentor do recorde mundial. Será uma disputa dura, mas Braz já deu mostras que não sente a pressão de atuar no maior palco do esporte.
