Você já deve ter ouvido falar das casas de 1 euro na Itália. Pois é, tem brasileiro comprando, eu conversei com um deles. “Eles acham que a Itália está em liquidação, mas não é liquidação, né?”, afirma Douglas Roque.

É claro que o preço, de fato, não é só “1 euro”, já que há os custos burocráticos. Mas o maior gasto mesmo é com a reforma. São construções muito antigas, até medievais. E reformar não só é necessário para tornar a maioria desses imóveis habitáveis, mas uma pré-condição da maioria das cidades.

“Cada caso é um caso em relação a custo, mas você pode variar ali mais ou menos entre 1.800, 2.200 euros o metro quadrado, mais ou menos, dependendo da qualidade que você quer da reforma”, acrescenta Douglas.

Vender casas a 1 euro é uma jogada para restaurar a paisagem das cidades que, geralmente, são bem pequenas. E atrair uma população mais jovem para algumas regiões da Itália. E tem outra questão envolvendo a venda de casas a preços simbólicos: propriedades herdadas por vários membros de uma família.

“Eles querem se livrar de um problema. Se aquele imóvel de repente cai uma pedra na cabeça de alguém, é [infração] penal para todo o mundo. Se aquele imóvel tem um custo administrativo que vai sendo acumulado, vai atrás de todo mundo”, frisa Douglas.

A reportagem procurou, mas não achou nenhum brasileiro que já esteja de fato morando numa destas casas. O Douglas já comprou várias casas e agora auxilia outras pessoas que queiram fazer o mesmo. Mas se mudar mesmo, pode ser demorado. Além de vencer as burocracias, ainda tem o tempo de reforma.