As autoridades da Itália prenderam em 4 de abril na comuna de Selvazzano Dentro o advogado Luiz Eduardo Auricchio Bottura, que estava na lista de procurados da Interpol (Polícia Internacional) por comandar um esquema de fraudes. O brasileiro, que tinha cidadania italiana, foi encontrado durante uma investigação da Guarda de Finanças de Pádua, que analisou as movimentações do sujeito, incluindo a compra de um Maserati GranCabrio avaliado em R$ 1 milhão.
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De acordo com o jornal “Corriere della Sera”, Bottura realizou um esquema de fraudes milionário que vitimou 500 pessoas no Brasil. O advogado se mudou para a Itália no intuito de fugir das autoridades brasileiras e se estabelecer na cidade onde seus bisavós viveram, na região do Vêneto. A expectativa é de que o criminoso seja extraditado.
Em novembro de 2024, a esposa do procurado pela Interpol, Raquel Fernandes de Oliveira, foi presa por suspeita de integrar os esquemas criminosos de Bottura. Conforme o Ministério Público, o advogado liderava uma quadrilha que falsificava documentos públicos, inseria dados falsos em sistemas de informação, usurpava funções públicas e cometia fraudes processuais.
A IstoÉ teve acesso a uma das acusações contra o brasileiro. Conforme o documento, em 2018, a viúva Maria Matuzenetz contratou o advogado por indicação da mãe dele, que era sua psicóloga, para realizar o inventário do seu falecido marido.
Bottura teria instruído a mulher a estabelecer uma holding no Uruguai e transferir o dinheiro do marido para a empresa. Posteriormente, a vítima foi enganada para passar todos os seus direitos hereditários e uma quantia equivalente a R$ 10 milhões — em valores atuais — a uma companhia administrada por Raquel Fernandes, esposa do advogado. Maria Matuzanetz nunca mais viu sua fortuna.