Brasileiro está otimista para Black Friday e Natal: preço ainda é fator mais decisivo do que o medo de aglomeração, diz pesquisa

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Após meses em quarentena, um cenário de incertezas ainda paira no ar. As principais capitais do país já estão reabrindo seus comércios, restaurantes, bares e, junto com a retomada, também surge um dilema comportamental: a fadiga da crise e a preservação da saúde mental versus a manutenção do isolamento social.

O comportamento dos shoppers mudou muito nos últimos meses. A falta de uma data definitiva para o término da quarentena está levando as pessoas a fazerem concessões a si mesmas e, nesse sentido, como elas pretendem gastar o dinheiro e comemorar as próximas datas comerciais e festivas.

Uma pesquisa inédita realizada pela TracyLocke Brasil, agência de shopper experience dos grupos DDB/ABC, e a Behup, startup de tecnologia e análise de comportamento do consumidor, aponta que 83% dos brasileiros vão comprar em lojas online durante a Black Friday – caso os preços estejam bons; mas 59% admitem que escolherão entre a loja física ou online com base nas promoções e descontos que tiverem na época – um cenário bem diferente de semanas atrás.

“O isolamento social trouxe mudanças no comportamento dos shoppers em 2020, se antes deixar para a última hora era a tendência, hoje 43% dos entrevistados dizem estar programando suas compras de Black Friday desde o início do ano e, quando questionados sobre o décimo terceiro salário, muitos pretendem investir, poupar ou guardar para o futuro.” Explica Catarina Moraes, Head de Empatia da TracyLocke Brasil, área responsável por estudos desde o primeiro dia da pandemia.

Em entrevista realizada via mobile nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, com foco nas classes A (28%) e B (72%), tiveram maior peso as faixas etárias de 18 a 34 anos. Por gênero, a divisão foi de 62% mulheres e 38% homens.

Todos estão mais sensíveis em relação aos preços do que o medo com as aglomerações para realizar as compras. O principal motivo da escolha por um canal específico de compra é o preço (62%), seguido de praticidade (53%) em segundo lugar. Curitiba é a capital pesquisada com maior preocupação em relação a compras presenciais.

“Com o isolamento social se estendendo, as expectativas de crescimento para a edição 2020 da Black Friday devem seguir em ritmo forte, superior a 20% contra 2019”, afirma Matheus Vieira, Head of Partnerships & Projects na behup.

42% dos respondentes pretende gastar mais de R$ 1.000, bastante puxado pelas faixas-etárias acima de 25 anos, de Recife (55%) e Rio de Janeiro (45%).

Móveis e itens para casa

A pandemia é considerada um motivador para a compra de itens para casa, que hoje também é um ambiente de trabalho e também estudo. 38% disseram pretender comprar móveis e 33% decoração para casa, além de materiais de escritório para home office (27%).

Expectativa para o Natal

Para o Natal, o brasileiro também está otimista para celebrar a data. 87% vão comemorar este ano. Um dado curioso é que 41% se sentem muito esperançosos em relação a data.

Sobre as compras de Natal, alegam cautela. 72% irão iniciar os preparativos para a noite de Natal quando tiverem mais certeza sobre o futuro. Ainda assim, 12% já iniciaram os preparativos e disseram que pretendem fazer uma festa menor esse ano.

O drive-thru é a opção de compra para praticamente metade dos entrevistados. 41% gostariam que as lojas disponibilizassem a opção para buscar os presentes, mais relevante para os jovens entre 18 e 34 anos, na cidade de São Paulo e Curitiba.

Um novo comportamento surgiu durante a pandemia, que é da escolha de local de compra da refeição para as festas. 30% gostariam de comprar uma ceia inteira pronta de algum restaurante ou estabelecimento, principalmente as mulheres que moram em São Paulo.