O jovem brasileiro Ranani Glazer, de 24 anos, foi encontrado morto na noite desta segunda-feira, 9, em Israel. Ele estava desaparecido após uma festa de música eletrônica, no deserto do Neguev, ser atacada pelo grupo Hamas, no sábado, 7.

Resumo:

  • Ranani estava na festa com a namorada e um amigo, até que os ataques do Hamas começaram;
  • Os três foram em busca de um abrigo e se alocaram em um bunker nas proximidades, assustados devido às explosões;
  • Depois de horas, a companheira do desaparecido foi resgatada pelas forças de segurança, mas não conseguiu encontrá-lo novamente.

Em nota, o Itamaraty confirmou a morte do brasileiro. “O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento do cidadão brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, natural do Rio Grande do Sul, vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro, em Israel”, diz o comunicado.

“Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Ranani, o governo brasileiro reitera seu absoluto repúdio a todos os atos de violência, sobretudo contra civis”, ressaltou o Itamaraty.

Mais cedo, a tia de Ranani, Karen Glazer, já havia confirmado o falecimento aos jornais Folha de S. Paulo e O Globo. “O Exército de Israel foi até a casa do meu irmão, pai do Ranani, que também mora em Israel. É tudo o que sabemos”, disse ela.

Relembre o caso

Glazer estava na rave no deserto do Neguev, sul de Israel e a menos de 20 km da Faixa de Gaza, que foi atacada pelo Hamas na incursão realizada no último sábado (7).

Natural do Rio Grande do Sul, o jovem tinha dupla nacionalidade e morava havia sete anos em Israel, onde prestou o serviço militar.

Antes de desaparecer, ele fez um vídeo em um refúgio atacado pelo Hamas. “No meio da rave, a gente parou num bunker. Começou a guerra em Israel, pelo menos a gente está num bunker”, disse o jovem no vídeo.

Segundo a namorada de Ranani, Rafaela Treistman, assim que os ataques começaram eles foram em direção a um abrigo. “Achamos que ia ficar tudo bem porque no bunker, os mísseis não seriam problema. Mas o lugar começou a entupir de gente, não dava para se mexer”, relatou a mulher em entrevista à CNN.

Granadas de gás de efeito moral passaram a ser arremessadas dentro do bunker, uma seguida da outra, segundo Rafaela. “Tinham vários feridos lá dentro, tentamos ligar para a polícia e estávamos literalmente nos defendendo com os corpos das pessoas que morreram”.

Depois de algumas horas, a polícia retirou Rafaela e o amigo do abrigo, mas não encontraram Ranani.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, ainda há pelo menos duas brasileiras desaparecidas: Bruna Valeanu, de 24 anos, e Karla Stelzer Mendes, de 41.

* Com informações da Ansa