A Fundação Internacional de Osteoporose (IOF) divulgou na semana passada um novo mapa global de ingestão de cálcio. A divulgação foi feita durante Congresso de Osteoporose, osteoartrite e doenças muscoesqueléticas, realizado em Cracóvia (Polônia). Os dados revelaram que o Brasil não consome a quantidade diária necessária do nutriente. Segundo a organização, para ter uma dieta equilibrada são necessários 1000 mg de cálcio por dia. No País, a população consome a metade da dose indicada. A ingestão média de indivíduos acima de 20 anos de idade é de 505 mg/ dia.

A pesquisa foi realizada em 74 países e mostrou que a ingestão dietética de cálcio entre os adultos varia muito. Na Islândia, por exemplo, o consumo é alto: 1233 mg por dia. Já no Nepal, o consumo foi extremamente baixo: 175 mg por dia.

O cálcio é um nutriente essencial para o desenvolvimento da massa óssea. Na infância e adolescência, ele auxilia na estrutura dos ossos. Quando atingimos a fase adulta, ele é produzido em menor escala.

Uma dieta com baixo consumo de cálcio entre adultos pode ocasionar osteoporose, doença em que os ossos ficam frágeis e suscetíveis a fraturas, especialmente em pessoas mais velhas. O problema afeta principalmente as mulheres, que perdem estrógeno (hormônio responsável pelo controle da ovulação e desenvolvimento de características femininas) quando entram na menopausa. O estrógeno facilita o depósito de cálcio no organismo e aumenta a absorção dele pelo intestino.

Em alguns casos, a alimentação rica em cálcio e outras vitaminas e sais minerais não é suficiente. Por isso, os médicos aconselham a suplementação, que pode ser feita com medicamentos. Para Cyrus Cooper, diretor da unidade de Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Southampton, há três elementos essenciais para uma boa saúde dos ossos. “É importante associar a vitamina D, exercícios e a suplementação. Não são coisas complicadas. Pode-se praticar caminhada, tomar sol no intervalo do trabalho e tentar ir ao médico para fazer exames periódicos”, afirma. Cooper ressalta ainda que é importante fazer uma autoavaliação do consumo do cálcio: “Quantos copos de leite eu tomei hoje?”.

Infelizmente, não há como evitar a perda de massa óssea quando envelhecemos. De acordo com a IOF, dos 35 aos 45 anos o esqueleto humano fica estável. Dos 45 em diante perde-se 0,5% de massa óssea no organismo. Quando há uma diminuição de até 25%, a chance de fatura é grande.

Limitação do estudo

Os dados mostrados no “Mapa do Cálcio” foram obtidos de um estudo publicado em dezembro de 2017. Embora a apresentação mostre um consumo baixo em países em desenvolvimento, apenas 24% das pesquisas contam com dados recentes e representativos de cada país a que se referem. Por causa de diferentes metodologias, a comparação direta entre países é inviável. O número de indivíduos que fizeram parte da amostragem em cada país varia de 32 a 306.329 participantes.

Alimentação rica em cálcio

Alimentos como leite, queijo, iogurte e derivados são ricos em cálcio e podem ser consumidos diariamente. A ingestão destes produtos pode evitar o risco de osteoporose e outras doenças dos ossos. De acordo com a IOF Brasil, um copo de leite por dia previne em 8% o risco de fratura.

Quem é vegetariano, vegano ou intolerante ao leite pode substituir o cálcio e desses alimentos. Vegetais escuros, como brócolis, couve e espinafre, são boas opções. Estes vegetais possuem diversas vitaminas e minerais que, combinados aos seus fitoquímicos, favorecem a absorção do cálcio na refeição.

Outras opções são alimentos oleoginosos, como castanha, amêndoas e nozes. Além de serem ricos em vitamina E, eles auxiliam e potencializam a absorção do cálcio no organismo.

* A jornalista viajou a convite da empresa farmacêutica Consumer Healthcare da Sanofi