Por Mateus Machado

Atual campeão peso-leve do BRAVE Combat Federation, Cleiton Predador está pronto para fazer sua primeira defesa de título, que acontecerá no próximo dia 5 de novembro, na luta principal do BRAVE CF 44, no Bahrein. O brasileiro terá pela frente o franco-argelino Amin Ayoub, adversário com quem vem trocando provocações nos últimos meses. Com um cartel de 15 vitórias e apenas duas derrotas, Predador vem de três vitórias seguidas na organização, incluindo o triunfo sobre o compatriota Luan Miau, que lhe rendeu o título, em agosto de 2019. Já Ayoub tem um retrospecto de 14 triunfos e quatro reveses, e vem de seis resultados positivos em sequência.

Além do importante desafio, o mineiro tentará colocar fim a uma incômoda marca para campeões brasileiros competindo no Bahrein. Até o momento, os quatro representantes brasileiros que disputaram títulos no país, Marcel Adur, Felipe Efrain, Lucas Mineiro e Daniel Gaúcho, acabaram perdendo suas lutas no arquipélago localizado no Golgo Pérsico. Ao tomar conhecimento do retrospecto negativo envolvendo seus compatriotas em duelos pelo cinturão, Cleiton minimizou o fato e garantiu estar pronto para quebrar o tabu.

– Não sei o motivo pelo qual eles perderam, não sei o que aconteceu, mas eu preparo minha mente para ir lá e buscar a vitória. A gente está fazendo um trabalho em cima do fuso horário, um trabalho de recuperação em relação à perda de peso lá, porque são seis horas de diferença do Bahrein para o Brasil. A ideia é que não existe a possibilidade de derrota, a mínima possibilidade. Independentemente do que acontecer, é sair com a vitória. A gente vai quebrar esse tabu que os brasileiros têm no Bahrein, podem ter certeza – disse o casca-grossa.

Ao longo do bate-papo, o lutador de 34 anos também falou sobre a preparação para sua primeira defesa de cinturão, o clima quente contra Amin Ayoub nos bastidores e seus planos de fazer superlutas em outras divisões de peso em caso de triunfo na luta principal do BRAVE CF 44.

Confira a entrevista completa com Cleiton Predador:

– Expectativa para primeira defesa de título no BRAVE CF e camp para a luta

A expectativa é a melhor, porque lutar no BRAVE CF, para mim, não tem comparação, tem sido uma experiência sensacional. O meu camp tem sido forte, pesado. Na verdade, já é o segundo camp, porque eu estava me preparando para lutar em Balneário Camboriú, mas o evento foi cancelado, então eu não parei, continuei minha rotina. O Predador vai chegar com muita força, com muito ódio e muita vontade de machucar alguém. Podem esperar um Predador muito agressivo para essa luta.

– Como você analisa o jogo do seu adversário para esse duelo?

Meu adversário diz ter um chão bom, mas eu não acredito que o chão dele é tão bom assim. Ele tem muitas brechas na trocação, é um cara que não tem nocaute na carreira, não tem ‘punch’, não tem força para me derrubar. Não vi um jogo de quedas legal, um jogo de grade forte… O Jiu-Jitsu dele é mediano, então vamos trabalhar com tudo, em todas as áreas. O duelo vai se desenrolar onde for preciso, se for na trocação, dá para nocautear e se for para o chão, eu vou pegar ele. Não tem meio termo para nada nessa luta, é vitória, é ir lá e finalizar ou nocautear.

– Como você tem lidado com as constantes provocações do seu adversário?

Ele é muito falador. De todos os atletas que já enfrentei até hoje, ele é o que eu estou tomando mais birra, estou tomando ódio da cara dele. Com certeza, as provocações me dão mais força. Quanto mais ele fala, com mais ódio eu fico dele. Quero entrar no cage para machucar ele, então quanto mais ele enche o saco, com mais ódio eu fico dele.

– Quatro brasileiros lutaram pelo título no Bahrein, mas perderam. Como lidar com esse retrospecto negativo?

Não sei o motivo pelo qual eles perderam, não sei o que aconteceu, mas eu preparo minha mente para ir lá e buscar a vitória. A gente está fazendo um trabalho em cima do fuso horário, um trabalho de recuperação em relação à perda de peso lá, porque são seis horas de diferença do Bahrein para o Brasil. A ideia é que não existe a possibilidade de derrota, a mínima possibilidade. Independentemente do que acontecer, é sair com a vitória. A gente vai quebrar esse tabu que os brasileiros têm no Bahrein, podem ter certeza.

– Antes dessa luta, você tinha revanche contra o Luan Miau, mas o evento foi cancelado. Após a defesa de título, pretende dar uma nova chance a ele?

A gente tinha se preparado para essa revanche, mas a pandemia atrapalhou tudo. Na verdade, eu não vejo nem motivo para dar essa revanche, porque nem na categoria ele está fazendo questão de lutar. Existem outros atletas que estão vindo que, para mim, é mais interessante bater neles. Na verdade, num futuro próximo, eu quero uma superluta, quero tentar uma luta na categoria de cima, o cinturão do Eldar Eldarov no super-leve (até 74kg), no meio-médio (até 79kg) e até mesmo no peso-médio. A minha altura permite lutar em qualquer uma dessas categorias, então vou pedir ao BRAVE uma superluta, não quero dar revanche para ninguém. Depois da defesa de cinturão, meu plano é esse.

CARD COMPLETO:

BRAVE Combat Federation 44
Bahrein
Quinta-feira, 05 de novembro de 2020

Título mundial peso-leve: Cleiton Predador x Amin Ayoub
Peso meio-médio: Abdoul Abdouraguimov x Louis Glismann
Peso-leve: John Brewin x Rolando Dy
Peso-médio: Dom Schober x Mzwandile Hlongwa
Peso-galo: Gerson Pereira x Bair Shtepin
Peso-leve: Abbas Khan vs Yann Liasse