Franciele Alves da Silva, de 29 anos, que foi morta por seu marido, Rodrigo Martin, em 25 de setembro de 2020 será enterrado nesta segunda-feira (15). O corpo da brasileira será enterrado em Paris, onde morava.

O pai e irmão de Franciele, Jurandir Silva e Thiago Silva, informaram ao UOL que esse não era o plano da família. Os dois estão na capital francesa para resolver os trâmites legais relacionados à repatriação do corpo e à guarda dos dois filhos da paranaense.

“Eu queria voltar com a minha filha para o Brasil, mas, como a juíza não liberou, vamos enterrá-la temporariamente por aqui”, lamentou Jurandir, que gostaria de realizar o último desejo expresso pela filha: o de ser enterrada junto com a avó, em Maringá (PR), onde ela nasceu.

Os dois estão em Paris desde 29 de dezembro e retornarão ao Brasil após o sepultamento de Franciele. Emocionado, Jurandir mostrou que a filha o liga a todos os dias e que eles conversaram horas antes dela ser morta.

“Ela pressentia o que iria acontecer. Ela me falou que estava com medo do marido, que ele ia chegar do trabalho e ela tinha medo. Parece que ela sentia que vinha uma tragédia. Nesta ligação, ela me disse que, se acontecesse algo com ela, que eu levasse ao menos suas cinzas de volta para Maringá”, disse o pai, que, apesar dos alertas da filha, não achava que a situação fosse tão grave.

A repatriação do corpo foi negada pela juíza da vara criminal. A família decidiu entrar com um recurso, mas vai aguardar o resultado no Brasil, já que o veredicto pode levar anos. “Soubemos que o assassino deve ser julgado até 2023, então não tem como prever uma data. Enquanto isso, é possível que tenha de fazer uma outra autópsia no corpo [que já passou por três autópsias, das quais duas a pedido da defesa de Rodrigo] e ele precisa estar em território francês”, explicou Thiago.