A estudante de música Juliana Coelho foi a primeira pessoa a ver a Mona Lisa, o quadro mais famoso de Leonardo da Vinci, na reabertura do Museu do Louvre, em Paris, no dia 6 de julho. Na França na época com um bolsa de estudos, ela viveu a pior parte da pandemia na Europa em Nice, mas ao visitar a capital francesa como parte de sua pesquisa, aproveitou a oportunidade e comprou um ingresso no primeiro horário da rebertura do museu e foi a primeira à chegar ao quadro, geralmente cercado de turistas.

Em entrevista à rádio francesa RFI divulgada nesta quarta-feira, 19, a musicista conta que procurou o quadro logo ao entrar no museu, que no dia tinha visitas e público limitado, além da cobertura da imprensa. “Cheguei uns 20 minutos antes, o museu estava cheio de repórteres, com umas 30 pessoas na minha frente, na fila. Na hora de entrar, peguei uma escada para tentar achar o andar em que estava a Mona Lisa e pensei que deveria ir lá primeiro, para pegar mais vazio, antes de fazer o resto do museu”, descreveu.

Ela então chegou ao Pavilhão Denon, praticamente vazio – uma verdadeira raridade, já que o quadro é o mais concorrido do Louvre em condições normais. “Não tinha ninguém ainda, só os seguranças. Era o setor das pinturas italianas. Fui a primeira a ver a Monalisa, fiquei um tempo sozinha com ela na sala. Uma agente de segurança me interpelou na saída e disse ‘Parabéns, você foi a primeira pessoa a reencontrá-la'”, disse à rádio francesa. “Por alguns segundos a Mona Lisa foi só minha. Quem imaginaria que eu veria a Mona Lisa sem ninguém na frente?”

Juliana então tirou uma selfie, sozinha com o quadro. “O quadro fica muito longe da gente. A gente acaba aproveitando mais as outras obras da sala, que podemos ver de perto. Mas é sem dúvida uma emoção, é um símbolo. Minha mãe ficou super emocionada e as amigas que já tinham ido ao Louvre me disseram que eu tive um privilégio sem tamanho”, disse, à RFI.

O Louvre, o maior e mais visitado museu do mundo, reabriu em Paris no início de julho, com todas as precauções para prevenir o contágio do coronavírus e sem a avalanche habitual de turistas nesta época do ano. A crise deixou “mais de 40 milhões de euros em perdas” para o Louvre, anunciou o presidente Jean-Luc Martínez na ocasião.