VERONA, 28 OUT (ANSA) – Uma brasileira tornou-se a mais recente vítima de feminicídio na Itália, nesta terça-feira (28), após ser morta a facadas dentro de casa na cidade de Castelnuovo del Garda, perto de Verona, na região norte da Itália.
O principal suspeito do crime é o companheiro da mulher, também brasileiro, que foi preso pelos carabineiros logo após o assassinato.
Segundo informações preliminares, a mulher, cuja identidade não foi revelada, já havia denunciado episódios anteriores de violência doméstica e acionado a polícia em outras ocasiões. Ela teria se mudado para o apartamento que o homem comprou há cerca de um ano e meio.
Fontes próximas ao caso relataram ainda que ela havia perdido a guarda de um filho de um relacionamento anterior devido à situação de violência no lar.
A polícia foi acionada por amigos da brasileira, que não tinham notícias dela desde sábado (25) passado e ficaram preocupados quando ela não atendeu ligações nem respondeu mensagens. O corpo da vítima foi encontrado em sua casa nesta manhã, com múltiplas facadas.
Investigadores locais assumiram o caso e trabalham para esclarecer as circunstâncias do crime, enquanto o legista deve determinar a data e a hora exatas da morte.
O companheiro da vítima, que não estava em casa quando o corpo foi descoberto, foi localizado posteriormente pelas forças de segurança e acabou preso como principal suspeito do assassinato.
O crime soma-se a uma série de casos que têm evidenciado a gravidade da violência de gênero na Itália. O país vive um aumento nos registros de feminicídios, o que tem impulsionado o debate sobre medidas mais rígidas de prevenção e punição.
Em julho deste ano, o Senado italiano aprovou por unanimidade um projeto de lei que cria o crime específico de feminicídio no código penal do país.
O texto prevê prisão perpétua para quem causar a morte de uma mulher “por atos de discriminação ou ódio contra a vítima por ser mulher, ou com o objetivo de reprimir o exercício de seus direitos, liberdades ou personalidade”.
A proposta também endurece as regras para benefícios prisionais de condenados por feminicídio e estabelece novas obrigações de programas educativos e campanhas de conscientização para combater a violência de gênero. O projeto de lei foi encaminhado para aprovação final na Câmara dos Deputados. (ANSA).