Sem brilho e sentindo falta da criatividade de Neymar e Coutinho, o Brasil venceu uma aguerrida Venezuela por 1 a 0 nesta sexta-feira em São Paulo, resultado que o coloca como líder isolado das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Catar-2022.

O atacante Roberto Firmino trouxe alívio para a Seleção Brasileira, que controlou a posse de bola sem sustos, mas teve dificuldades para perfurar a sólida defesa da ‘Vinotinto’, que apesar de seu desempenho digno, deixou o estádio do Morumbi de mãos vazias.

O atacante do Liverpool marcou seu 16º gol com a camisa da Seleção no segundo tempo (66), aproveitando um cruzamento do lateral-esquerdo Renan Lodi na pequena área diante do goleiro Wuilker Faríñez.

Com a vitória, o Brasil se manteve 100% após três partidas. Já os venezuelanos continuam no fundo da tabela junto com a Bolívia, ambos ainda sem pontuar.

O Brasil vai defender sua liderança contra o Uruguai na terça-feira em Montevidéu. No mesmo dia, a Venezuela vai receber o Chile, que nesta sexta venceu o Peru (2-0) em Caracas.

– Desfalcado e sonolento –

A seleção brasileira entrou em campo desfigurada, com nada menos que sete desfalques, incluindo Neymar, mas também outros titulares, como Casemiro e Philippe Coutinho.

Tite teve de escalar um ataque inédito, com Richarlison, Firmino e Gabriel Jesus, três centroavantes que jogam na Inglaterra e que não mostraram muito entrosamento.

Coube a Everton Ribeiro a tarefa de substituir Neymar.

Firmino jogou mais recuado, como costuma fazer no Liverpool, e Jesus lutou para encontrar seu espaço pelo lado direito.

Faltou um jogador para fazer a diferença nas laterais, apesar de o lateral Lodi ter levado perigo várias vezes pela esquerda.

O primeiro tempo foi insosso. A Seleção Brasileira teve total domínio da posse de bola e a mantinha no campo ofensivo, mas sem criar grandes chances.

Do outro lado, a Venezuela, que ostenta o incômodo título de único país da América do Sul a nunca se classificar para uma Copa do Mundo, montou uma retranca na esperança de surpreender no contra-ataque.

Logo aos 6 minutos o Brasil teve um gol anulado. Marquinhos lançou para Lodi pela esquerda, que cruzou. O goleiro Fariñez afastou mas Richarlison pegou a sobra e mandou para o fundo da rede venezuelana. Mas o impedimento de Lodi foi assinalado e confirmado pelo VAR.

Com o Morumbi vazio devido à covid-19, Tite podia ser ouvido gritando “abre o jogo!” ou “trocar de ponta” para encontrar espaços em uma defesa venezuelana bem organizada.

Firmino teve que tentar a sorte de longe aos 28 minutos, com um chute rasteiro bem desviado por Fariñez.

E quando o Brasil finalmente conseguiu criar uma oportunidade clara, Richarlison perdeu uma chance de ouro aos 33.

A Venezuela se contentou em jogar no contra-ataque, com um chute perigoso de Soteldo (39), meia que joga no Santos.

– Enfim, o gol da vitória –

Para trazer mais criatividade ao meio de campo, Tite mexeu no intervalo colocou em campo Lucas Paquetá no lugar de Douglas Luiz.

E o jovem jogador do Lyon rapidamente se mostrou decisivo, com uma bela abertura para Everton Ribeiro, cujo cruzamento encontrou a cabeçada de Firmino que finalmente abriu o placar (66).

O atacante do Liverpool poderia ter feito seu segundo vinte minutos depois mas seu chute foi defendido (86).

Otero ainda assustou os brasileiros nos acréscimos, mas sua cobrança de falta subiu demais, por cima do travessão.

O magro placar de 1 a 0 foi suficiente para manter a liderança isolada. Mas será preciso melhorar para conquistar uma nova vitória na terça-feira, desta vez contra a tradicional seleção uruguaia, e fora de casa, em Montevidéu.

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