Se o Brasil fosse uma celebridade de sucesso nas redes sociais, estaria agora perdendo diversos patrocinadores e talvez até tivesse que fechar todas as contas “para abafar o caso” após o discurso de Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Os seguidores do “Brasil” estariam horrorizados com o papelão internacional, que além de não influenciar positivamente a ninguém, gera constrangimento, choque e como se diz na internet, a vontade de “desver a publicação”. Além de não ter amigos – nenhuma nação quer ter seu nome associado ao de Bolsonaro –, o País já não é mais conhecido por sua alegria carnavalesca e natureza exuberante. Por aqui os únicos números que chamam a atenção são o de mortos pela Covid-19 e os quilômetros devastados da Amazônia.

Para piorar, Bolsonaro – o administrador da conta – não sabe como engajar mais seguidores. Fala para uma parcela cada vez menor de indivíduos. Não entende o cargo que ocupa e transgride todas as regras – em pouquíssimo intervalo de tempo. As polêmicas são criadas diariamente, sem sentido. Bolsonaro grita o impublicável: eleições fraudadas, o fato de não ser coveiro e quem poderia se esquecer da foto do mandatário oferecendo Cloroquina para uma Ema? Qual outro presidente teve um comportamento similar? Trump é carta fora do baralho, por enquanto – banido das redes sociais, não pode nem “curtir” os crimes do antigo colega.

O Brasil está por baixo. Não causa nem riso com seu líder bananeiro, suas idiotices nem dança coreografada de apoiadores rende mais. Os vizinhos americanos e seus principais parceiros comerciais desviam o olhar, como se fosse um parente bêbado em uma festa de casamento. O cancelamento, entretanto, não precisa durar para sempre. É preciso recuperar o respeito – o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), poderia ajudar abrindo um merecido processo de impeachment, mas prefere não levar nada a sério, como se o Brasil fosse uma anedota qualquer.