Os segmentos de e-commerce, vendas diretas, telecomunicações e mercado financeiro sofreram 403 tentativas de fraude por hora em 2020, ou sete tentativas de fraude por minuto, de acordo com o Mapa da Fraude 2020, divulgado nesta segunda-feira (8) pela ClearSale, líder em soluções antifraudes. Foram, ao todo no ano que passou, 3,5 milhões de transações potencialmente fraudulentas.

Em reais, foram R$ 3,6 bilhões em golpes tentados no ano de 2020, sendo a maior parte delas no comércio virtual, onde os fraudadores atuaram com força depois que a maior parte das pessoas entrou em isolamento social em março de 2020 e passou a fazer mais compras pela internet.

Para traçar este mapeamento completo do comportamento do consumidor digital, a empresa analisou mais de mais de 267 milhões transações, que movimentaram mais de R$ 106 bilhões no ano.

A categoria de produto mais fraudado foi a dos celulares, respondendo por 4,24% das tentativas, seguido por produtos automotivos (2,22%) e alimentos (2,10%).

“O aparelho celular tem valor líquido muito grande no mercado secundário, podendo ser facilmente revendido para gerar lucro rápido. Por isso ele costuma liderar a lista de produtos com mais tentativa de fraude”, explica o diretor de marketing e soluções da ClearSale Omar Jarouche.

Gênero
O Mapa mostra que os homens (38,55%) foram mais vítimas de fraude do que mulheres (26,84%) em 2020, e que a faixa etária de pessoas de até 25 anos foi a que mais sofreu com os golpes.

Dias e horários de pico
Em relação a dias e horários em que as fraudes costumam ocorrer, o Mapa destaca a predileção dos fraudadores pelo meio da semana: a quarta-feira costuma concentrar 16,81% das tentativas de golpes, seguida por terça (16,57%) e quinta (16,47%). No sábado (11,09%) e domingo (9,33%), a incidência é menor. Em relação a horário, o pico é das 14h às 20h.

Datas comemorativas
Quando o assunto é datas comemorativas, o Natal, o Dia das Mães e o Dia dos Pais aparecem empatados com 1,36% (porcentagem de fraudes sobre o total de pedidos em cada data). A Black Friday, no entanto, aparece apenas na sexta posição. “Como a Black Friday é focada em descontos e promoções, não atrai tanto a atenção dos fraudadores na mesma proporção porque eles não têm intenção de pagar pelos produtos”, afirma Jarouche.

Outros mercados
A expertise da ClearSale também possibilita enxergar o cenário de fraudes na análise de transações em setores como mercado financeiro, telecom e vendas direta.

No mercado financeiro, isto é, nas transações relativas a bancos, financeiras, fintechs e administradoras de cartões de crédito, foram analisadas mais de 22 milhões de propostas e as tentativas de fraude chegaram a 902.119.

Ou seja, 4,05% de todas as transações nesse setor foram golpes tentados em processos como abertura de contas, emissão de cartões, empréstimo pessoal e CDC por meios digitais.

O setor de telecomunicações também foi analisado. Nele, a ClearSale revisou mais de 14 milhões de propostas e contratos em 2020 e verificou 704.452 fraudes, ou seja, 4,97% do total. Entre os golpes nessa área, destacam-se o uso indevido de dados, desvio de equipamentos, venda indevida de produtos ou serviços, redução indevida de fatura e upsell de serviços não contratados, entre outros.

Por fim, quando o assunto são vendas diretas, ou vendas porta a porta, foi possível analisar 3 milhões de transações e atestar 119.108 fraudes, ou seja, 3,68% dos pedidos. Nesse segmento, os principais tipos de fraude são cadastro indevido de novos consultores, realização de pedidos falsos e uso indevido de dados de terceiros.

Dicas úteis de segurança
Links estranhos
Desconfie e ensine seu cliente a desconfiar de qualquer link de origem desconhecida.

Cuidado com as senhas
Use senhas fortes, nada de senhas óbvias.

Promoções e phishing
O phishing nada mais é do que o meio que os fraudadores mais utilizam para roubar senhas e dados de contas. Para realizá-lo, fraudadores costumam forjar links para oferecer produtos e serviços a preços muito baixos. A dica: se realmente preciso do ítem no link em questão, vá até a página da loja e compre por lá. Isso evita que você caia em páginas falsas, pague pelo produto e nunca receba.

“O consumidor está mais esperto, mas o fraudador também se sofisticou mais. Por isso é preciso redobrar a atenção”, afirma Omar Jarouche.