O número de 148 mortes por acidentes aéreos no Brasil em 2024 foi o maior desde registrado desde 2014, quando começou a série histórica com dados do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) da FAB (Força Aérea Brasileira). A quantidade de óbitos foi impulsionada pela queda do avião da Voepass, em agosto.
Conforme as informações disponibilizadas pelo Cenipa, houve o registro de 40 acidentes fatais em 2024, sendo 23 destes com aviões. Contabilizando todos os tipos de aeronaves, o número de mortes foi o maior desde 2016, quando ocorreram 104 óbitos.
Mesmo se o número de 62 mortos no acidente da Voepass for excluído, 2024 ainda continuaria com um alto número de óbitos, registrando 86 vítimas fatais, o que representa a segunda maior quantidade da série histórica.
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Apesar de mais acidentes de aviões terem ocorrido em 2015 e 2016, ambos os anos com 26 registros, os 22 de 2024 causaram um número maior de mortes, com 46 a mais que em 2016.
De acordo com o Cenipa, desde 2014, os estados que mais registraram acidentes aéreos com aviões foram o Mato Grosso (43), São Paulo (35), Pará (28), e Minas Gerais (27). Segundo os dados da instituição, a perda de controle durante voo foi responsável por 98 acidentes fatais.
Ainda, motivos indeterminados causaram 37 acidentes, enquanto falha ou mau funcionamento foram responsáveis por 35. Em seguida, as razões de ocorrências fatais mais registradas foram operação a baixa altitude (29) e colisão com obstáculo (17). A falta de combustível causou nove acidentes em dez anos.
Segundo o Cenipa, os fatores contribuintes para os acidentes ao longo de dez anos foram o julgamento de pilotagem (77), quando os pilotos escolhem entre várias alternativas durante um voo, a aplicação de comandos (64) e a atitude (64).
Em 2024, São Paulo e Mato Grosso foram os estados que mais registraram acidentes, ambos com cinco ocorrências. Neste ano, a maior parte dos acidentes ocorreu durante o cruzeiro, quando o avião está em voo, enquanto quatro foram registrados durante manobras e em decolagens.
De acordo com o Cenipa, oito acidentes registrados em 2024 foram resultado de perda de controle durante voo, seis não foram determinados, quatro por falha ou mau funcionamento e três por operação em baixa altitude.