O Ministério da Saúde confirmou, na tarde desta quinta-feira, que o número de casos suspeitos de intoxicação por metanol no Brasil subiu para 59. Desse total, 12 ocorrências foram confirmadas laboratorialmente, enquanto 47 permanecem em investigação. Até o momento, há a confirmação de uma morte.
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O estado de São Paulo lidera o registro de casos, com 53 notificações. Em seguida, aparecem Pernambuco, com cinco ocorrências, e o Distrito Federal (Brasília), com um caso.
- São Paulo (Capital): Um óbito está confirmado, e outros três casos permanecem em investigação.
- São Bernardo do Campo (SP): Dois casos estão sob apuração.
- Pernambuco: Há um caso em investigação em João Alfredo e outro em Lajedo.
Suspeita de intoxicação? Veja recomendações da pasta
Diante dos registros de mortes por intoxicação por metanol, o Ministério da Saúde (MS) emitiu recomendações nesta quarta-feira sobre o que fazer quando houver suspeita de contaminação. Até o momento, o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) registrou 43 casos suspeitos em todo o Brasil. Desse total, 39 são no Estado de São Paulo – sendo 10 confirmados – e outros quatro em Pernambuco, que estão em apuração.
A principal recomendação é procurar atendimento médico imediatamente, assim que surgirem os primeiros sinais. As manifestações mais comuns logo após a ingestão da substância são similares aos de uma embriaguez, como fala pastosa e reflexos diminuídos.
Algumas horas após a ingestão, entre 12h e 24h, quando o metanol já foi metabolizado pelo organismo, surgem efeitos mais graves, como náuseas, vômitos, tontura, fraqueza, dor abdominal e outros quadros que podem evoluir para óbito. Vale destacar que, embora pareça uma ressaca comum, essas reações são mais intensas.
Além disso, a contaminação provoca alterações no sistema nervoso central que podem variar da sonolência até a perda da visão, uma das principais particularidades do consumo de metanol.
Em comunicado, a pasta orienta que, ao chegar à unidade de saúde, a pessoa informe que consumiu bebida alcoólica e explique o contexto. “O ideal é que o paciente relate, por exemplo, se esteve em uma festa antes de procurar atendimento no SUS, que tipo de bebida ingeriu, se haviam rótulos nas embalagens e qual foi o horário da ingestão.”
O metanol
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o metanol é um composto orgânico da família dos álcoois, sendo líquido à temperatura ambiente. É um dos mais importantes insumos na indústria química, sendo usado como matéria-prima para sintetizar produtos químicos usados na produção de adesivos, solventes, pisos e revestimentos.
Em razão da toxicidade do produto, seu potencial como adulterador do etanol combustível e da gasolina, os riscos à saúde humana e à segurança pública, a ANP tem uma regulamentação rígida, que estabelece o registro obrigatório para a movimentação e o armazenamento do produto.
O metanol não pode ser adicionado a nenhuma bebida, em razão de ser uma substância altamente tóxica para os humanos. No entanto, pode aparecer naturalmente em algumas bebidas alcoólicas, em baixíssimas concentrações, em razão do processo de fermentação de açúcares e pectinas.
*Com informações do Estadão Conteúdo