O Brasil superou nesta terça-feira (28) as 5.000 mortes pelo novo coronavírus, após registrar nas últimas 24 horas um recorde de 474 óbitos, e o número de contágios chegou a 71.886, informou nesta terça-feira (28) o ministério da Saúde.

O país soma 5.017 mortes pela COVID-19, a maior cifra da América Latina, superando a China em número de falecidos, que teve 4.633 mortes, segundo o balanço diário oficial.

Com mais de 210 milhões de habitantes, o país chegou a um novo recorde, mas segundo os especialistas o número de casos da COVID-19 poderia ser entre 12 a 15 vezes maior por causa do grande número de casos não detectados, devido ao baixo número de testes.

O ministério da Saúde indicou que outros 1.156 mortes estão em investigação.

O estado de São Paulo, o mais atingido pela doença, soma 2.049 mortes, cerca de 40% do total do país, além de 24.041 casos, mais de um terço do total, seguido por Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Amazonas.

Segundo a Articulação de Povos Indígenas do Brasil (APIB), o número de indígenas falecidos subiu para 15 na segunda-feira, um salto de 50% nos últimos cinco dias. O número de contágios, por sua vez, chegou a 89.

Os indígenas fazem parte de um dos grupos mais vulneráveis ao vírus, já que historicamente foram dizimados por vírus importados.

O presidente Jair Bolsonaro, que chamou a COVID-19 de “gripezinha”, tem a intenção de flexibilizar o isolamento social para evitar consequências irreversíveis para a economia.

Os governadores dos estados afirmam que a medida de isolamento continua sendo necessária diante da saturação do sistema de saúde, embora alguns tenham flexibilizado algumas medidas ou estudam fazer isso nas próximas semanas.

Bolsonaro demitiu o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por ele se opor à flexibilização do confinamento. Ele o substituiu pelo oncologista Nelson Teich.

Teich afirmou nesta semana que as medidas de isolamento não serão modificadas de um dia para o outro.