Brasil se garante na Copa de 2026 com campanha semelhante a do penta; entenda

Assim como em 2002, Seleção Brasileira teve dificuldades para confirmar sua vaga pelas Eliminatórias

Rafael Ribeiro/ CBF
Equipe brasileira antes do jogo contra o Paraguai Foto: Rafael Ribeiro/ CBF

Única seleção presente em todas as edições de Copa do Mundo, o Brasil garantiu mais uma vez seu passaporte para o Mundial. A vitória diante do Paraguai, na noite de terça-feira,10, garantiu matematicamente a Canarinho na Copa do Mundo de 2026, que será realizada no México, Canadá e Estados Unidos.

Apesar de garantir a classificação com duas rodadas de antecedência nas Eliminatórias, a campanha do Brasil deixa a desejar. Atual campeã do mundo e grande rival do Brasil, a Argentina, por exemplo, lidera as Eliminatórias e já estão confirmados no Mundial desde março deste ano, conseguindo a vaga com cinco rodadas de antecedência.

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Apenas na terceira colocação do torneio classificatório, atrás de Equador e Argentina, o Brasil fez um ciclo pré-mundial bastante conturbado. Desde a Copa de 2022, a seleção trocou de técnico quatro vezes, justamente por conta de resultados abaixo do esperado. Além da fraca campanha nas Eliminatórias, o Brasil também decepcionou na Copa América durante o ciclo, sendo eliminado nas quartas de final pelo Uruguai.

Mesmo com o baixo desempenho pós Copa de 2022, a chegada do técnico Carlo Ancelotti, que disputou apenas as duas últimas partidas pelo Brasil, servem de alento para dias melhores. Mas, além disso, uma série de coincidências da campanha brasileira nas Eliminatórias e no ciclo pré-mundial atual, comparada com a trajetória do Brasil no último título de Copa, chama a atenção.

Sonho do hexa

Desde 2002 o torcedor brasileiro espera pelo tão sonhado hexacampeonato da Copa do Mundo. Na próxima Copa, em 2026, o Brasil completará 24 anos do último título, igualando o jejum de conquistas entre 1970 e 1994.

Curiosamente, o pentacampeonato também foi conquistado em condições “adversas”. O ciclo da seleção para se classificar para a Copa do Japão e Coreia do Sul também contou com trocas de treinadores, muita turbulência e desempenho longe do ideal.

Após a Copa de 1998 e a dura derrota para a França na final, o Brasil trocou de treinador, saindo Zagalo e entrando Luxemburgo. Entretanto, o casamento não deu certo, e Luxa foi demitido após a derrota na Olimpíada de Sydney 2000. Pouco tempo depois, o técnico Leão assumiu o posto, mas também não agradou, sendo destituído do cargo em 2001, faltando apenas 1 ano para o inicio da Copa e com o Brasil sofrendo para conseguir a classificação, cenário que se repetiu em 2025.

Naquela época, Felipão foi encarregado de “resgatar” o Brasil e que, mesmo com muitos nomes renomados, não se encontrava dentro de campo. A classificação foi alcançada apenas na reta final e o Brasil terminou em 3º, apenas três pontos à frente do Uruguai, que foi para a repescagem. Apesar da fraca campanha, o Brasil foi à Ásia e conquistou o pentacampeonato de forma irrepreensível, ganhando todos os jogos.

Desde essa campanha, a seleção passou por uma época de “tranquilidade” nas Eliminatórias. Fora a de 2002, em que terminou em terceiro, e a de 2014, que não participou por ser o país sede do torneio, o Brasil terminou em 1º nas Eliminatórias de 2006, 2010, 2018 e 2022. Mesmo com bons ciclos, liderando a classificatória com tranquilidade, os resultados nas Copas foram os mesmos: eliminações para países europeus nas quartas de final.

Agora, o Brasil repete o “feito” nos preparativos para a próxima Copa. Pela primeira vez desde 2002 o Brasil termina as Eliminatórias fora da liderança, já que, mesmo restando ainda duas rodadas para o fim da disputa, a seleção não consegue mais alcançar a Argentina.

O longo jejum equivalente ao vivido antes da conquista do tetra em 1994, a constante troca de treinadores durante o ciclo para o Mundial e a má campanha nas Eliminatórias podem não significar muita coisa, entretanto, junto da esperança de melhoras nas atuações com o comando técnico de Ancelotti, animaram a torcida brasileira, que se manifestou efusivamente nas redes sociais com a clássica “o hexa vem”. Veja: