Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) – O Brasil registrou déficit em transações correntes de 4,136 bilhões de dólares em julho, impactado por um aumento das remessas de lucros e dividendos ao exterior e um recuo nos saldos comercial e de serviços frente ao mesmo mês do ano passado, informou o Banco Central nesta segunda-feira.

O dado do mês veio pior do que a expectativa de mercado, segundo pesquisa feita pela Reuters com analistas, que apontava para um superávit de 0,5 bilhão de dólares.

Com o resultado, o déficit acumulado em 12 meses na conta corrente do país totalizou o equivalente a 2,08% do Produto Interno Bruto (PIB).

Por outro lado, os investimentos diretos no país alcançaram 7,723 bilhões de dólares em julho, bem melhor do que a projeção de mercado, de 3,096 bilhões de dólares.

No mês, o superávit da balança comercial foi de 4,154 bilhões de dólares, inferior ao saldo positivo de 6,262 bilhões de dólares do mesmo mês do ano passado.

O movimento foi impulsionado por um crescimento mais forte das importações, de 33,8%, enquanto as exportações tiveram alta de 17,4%.

O dado do mês mostrou déficit na conta de renda primária, de 6,535 bilhões de dólares, ante rombo similar de 6,356 bilhões de dólares em julho de 2021.

Nesse segmento, as remessas líquidas de lucros e dividendos aumentaram para 3,576 bilhões de dólares, ante 2,866 bilhões de dólares em mês equivalente do ano passado. A despesa líquida com juros, por sua vez, somou 2,970 bilhões de dólares no mês, contra 3,499 bilhões de dólares em julho de 2021.

Já o rombo na conta de serviços ficou em 2,122 bilhões de dólares, contra 1,333 bilhão de dólares no mesmo mês do ano passado.

Os gastos líquidos com viagens internacionais subiram a 661 milhões de dólares, de 229 milhões de dólares um ano antes.

A apresentação dos dados de julho originalmente ocorreria no fim de agosto, mas parte das divulgações do BC segue atrasada mesmo após o fim da greve de servidores do órgão no início de julho.

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