O Brasil busca conquistar uma vaga no Conselho de Direitos Humanos da ONU para o período de 2024-2026, com o objetivo de estabelecer uma “nova era” para os direitos humanos, disse nesta sexta-feira (8) o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, em Nova York.

“O Brasil está de volta, de um novo modo, de um novo jeito e para uma nova era” no cenário multilateral, disse Almeida à AFP durante sua campanha em Nova York para angariar votos para a candidatura do Brasil a esse órgão da ONU com sede em Genebra.

Além das “questões tradicionais” tratados neste fórum, como liberdades fundamentais, discriminação ou violência, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer adicionar à agenda “discussões de nosso tempo, as candentes”.

Especificamente, o acesso à justiça, educação e saúde, combate à pobreza, trabalho, emprego e renda, questões raciais, ambientais ou o tratamento dos povos indígenas, explicou o ministro.

Almeida também assegurou que a participação do Brasil, que busca ingressar pela sexta vez no Conselho, “vai ajudar a fortalecer as políticas internas do Brasil”.

“Queremos trazer essas discussões que nós entendemos que são parte fundamental das discussões de direitos humanos, que sejam integrais, que não sejam partidárias e utilizadas como forma de instrumentalização”, acrescentou.

Em um país marcado pela polarização e quatro anos de governo de extrema direita de Jair Bolsonaro, o ministro considera que o melhor caminho para que o povo brasileiro viva com dignidade é a “democracia, o diálogo e a solidariedade”.

Nos últimos dois dias, a delegação brasileira se reuniu em Nova York com delegações de países como Turquia, Reino Unido, Venezuela, Moçambique ou Malásia, bem como com o representante especial do secretário-geral da ONU para a violência contra a infância.

A eleição para o Conselho de Direitos Humanos ocorrerá em outubro deste ano, por meio de votação secreta direta pela maioria dos membros da Assembleia Geral.

O Brasil compete com Cuba (que busca renovar sua cadeira), Peru e República Dominicana por uma das três vagas em disputa na América Latina e no Caribe no conselho de 47 membros, com sede em Genebra, que zela pelo respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais no mundo.

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