Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira que o Brasil pode ter uma convulsão social se não houver a aprovação do voto impresso para as urnas eletrônicas para as eleições do próximo ano e voltou a fazer duras críticas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que tem ressalvas em relação à iniciativa.

“Vai ter sim, Barroso, vai ter sim. Vamos respeitar. Vamos respeitar o Parlamento brasileiro, que, caso contrário, teremos dúvida nas eleições e podemos ter um problema seriíssimo no Brasil. Pode um lado ou outro não aceitar, criar uma convulsão no Brasil”, disse Bolsonaro.

Por iniciativa de aliados do presidente, a Câmara dos Deputados começou a discutir uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que adota o voto impresso para urnas eletrônicas.

Para Bolsonaro, Barroso tem feito “carga contra” a proposta e insinuou –sem mostrar qualquer tipo de evidência– que o interesse do magistrado seria beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente criticou Barroso, chamando-o de “péssimo exemplo” para todos por decisões que têm tomado no Supremo Tribunal Federal (STF), da qual é um dos ministros.

Também sem mostrar provas, o presidente disse que o ex-candidato do PSDB à Presidência Aécio Neves venceu a eleição presidencial de 2014. Bolsonaro já vinha afirmando, também sem apresentar provas que diz ter, que venceu a eleição de 2018 já no primeiro turno.

Bolsonaro tem feito a defesa da adoção do voto eletrônico com impressão de cédulas, apesar de nunca ter havido qualquer tipo de fraude comprovada nas urnas eletrônicas em mais de 20 anos de uso no país.

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