O Brasil pode preservar suas florestas e ao mesmo tempo aumentar sua produção, declarou neste domingo(3) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Dubai, pouco antes de deixar a COP28.

“Eu queria mostrar que é plenamente possível manter a floresta intacta. E a gente teve terra para gente plantar o que quiser”, assegurou o presidente à imprensa antes de partir para Berlim, onde continuará sua viagem.

“Nós queremos convencer, mas não queremos brigar”, expressou.

O governo Lula chegou à COP28 com duas propostas, uma interna, de recuperação de terras, e outra com o pedido por fundos internacionais para remunerar a preservação de florestas tropicais em cerca de 80 países.

“Nós estamos agora com um programa muito sério, que é a recuperação de quase 40 milhões de hectares de terras degradadas”, explicou.

“Portanto, a gente vai poder dobrar a produção. Nós vamos manter tudo, tudo intocável”, afirmou.

“Com o avanço da genética e o avanço da engenharia, a gente pode produzir muito mais”, acrescentou.

A proposta brasileira para os países tropicais sugere basicamente um montante anual para cada hectare de floresta preservado, com a possibilidade de revisão periódica. Para cada hectare desmatado, prevê uma penalidade ou desconto equivalente ao montante arrecadado por 100 hectares preservados.

O monitoramento deve incluir um método de vigilância transparente adotado por investidores e beneficiários.

O desmatamento da Amazônia, que sob a presidência de Jair Bolsonaro (2019-2022), de extrema direita, aumentou 75% frente à média da década anterior, caiu cerca de 22% nos doze meses até julho deste ano, segundo números oficiais.

Segundo cientistas, frear a destruição da Amazônia é fundamental para tentar impedir que chegue a um ponto sem volta, a partir do qual passará a emitir mais carbono do que retém.

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